Netanyahu justifica ataques como ‘ação preventiva’ contra bomba nuclear iraniana; em resposta, Teerã disparou mais de 100 drones armados
Na madrugada desta sexta-feira (13), no Oriente Médio, ainda noite de quinta-feira pelo horário de Brasília, o Estado de Israel lançou uma ofensiva aérea inédita contra o Irã e atingiu bases militares e nucleares nas proximidades de Teerã, capital iraniana. A ação resultou na morte de líderes militares importantes, como o general Hossein Salami, comandante-chefe da Guarda Revolucionária Islâmica, e o major-general Mohammad Bagheri, da mais alta patente das Forças Armadas do país. Também morreu Ali Shamkhani, ex-chefe do Conselho de Segurança Nacional, conforme confirmado pelo próprio Irã.
Israel desativou as defesas antiaéreas do Irã.
— Navar 🇧🇷 (@LukasNavar) June 13, 2025
Um vídeo foi divulgado pelas forças israelenses demonstrando a estrutura utilizada para o seu ataque.
De fato, foi um ataque bem planejado e sorrateiro.
O Irã foi pego desprevenido e despreparado. Uma lição que custou caro. pic.twitter.com/D72ilWUikz
De acordo com autoridades israelenses, ao menos seis bases militares foram atingidas, que inclui a instalação de Natanz, centro estratégico do programa de enriquecimento de urânio iraniano. Segundo informou a CNN, a ofensiva teria causado danos significativos a centros de mísseis balísticos, segundo fontes militares do governo de Israel.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu publicou nas redes sociais que os ataques representam uma resposta direta à ameaça existencial representada pelo Irã. Segundo ele, a operação prosseguirá pelo tempo necessário para conter o que chamou de "avanço nuclear inaceitável". Netanyahu declarou que Israel não permitirá que o Irã produza armas com capacidade para destruir milhões de pessoas. Em pronunciamento oficial, ele disse que o país não aceitará ser vítima de um "Holocausto nuclear" e agirá para impedir que o regime iraniano alcance tal capacidade.
Ainda de acordo com a CNN, o Irã possui o segundo maior efetivo militar do Oriente Médio e um orçamento de US$ 44 bilhões em 2022, e ainda não detalhou a extensão dos danos. No entanto, líderes iranianos prometeram uma retaliação severa e acusaram Israel de colocar a estabilidade regional em risco.
Por meio da rede social X, antigo Twitter, o Irã publicou: "Lembre-se, nós não iniciamos isso". Já em outro post escreveu: "Chegou a hora da vingança — e essa vingança será exercida por quaisquer meios e métodos necessários". Teerã disparou mais de 100 drones armados contra alvos em Israel. O exército israelense afirmou que seu sistema de defesa interceptou os aparelhos. As autoridades ainda não informaram se houve vítimas ou danos significativos no território israelense.
Remember, we didn't initiate it.
— Iran Military (@IRIran_Military) June 13, 2025
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, declarou que os Estados Unidos não teriam participado da ofensiva. No entanto, ele alertou o Irã a não atacar tropas americanas estacionadas na região. Washington também emitiu comunicados de alerta para seus diplomatas e cidadãos.
Os efeitos econômicos da escalada militar já se manifestaram. O petróleo Brent subiu quase 9%, e já alcançou US$ 78 o barril. O Irã é um dos principais exportadores de petróleo do mundo e destina a maior parte de sua produção à China, responsável por 15% do consumo global. Por temor de investidores sobre uma crise prolongada no fornecimento de energia global, bolsas de valores ao redor do mundo registraram quedas na manhã de hoje.
Com informações da CNN