GUARDIÕES DA FLORESTA

Preservação ambiental e saberes ancestrais remuneram indígenas paulistas

Programa Guardiões da Floresta remunera famílias indígenas para protegerem Unidades de Conservação e compartilharem conhecimentos sobre a natureza

Redação
Publicado em 04/12/2024, às 10h09

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Relação dos indígenas com a natureza é tida como parte integrante de suas essências - Reprodução/Governo do Estado de SP
Relação dos indígenas com a natureza é tida como parte integrante de suas essências - Reprodução/Governo do Estado de SP

Diferente da maioria das pessoas, a relação dos indígenas com a natureza é tida como parte integrante de suas essências, a ponto de ditar seus costumes, rotinas e até os nomes. Essa forma de enxergar o mundo faz com que, cada vez mais, especialistas em mudanças climáticas reconheçam os conhecimentos ancestrais como indispensáveis para a preservação do meio ambiente. Por isso, o governo do estado de São Paulo instituiu, no ano passado, o programa Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) Guardiões da Floresta.

A iniciativa, realizada por meio da Secretaria do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), via Fundação Florestal, repassa valores mensais, entre R$ 1,5 mil e R$ 2,5 mil, a famílias indígenas para protegerem Unidades de Conservação (UCs) sobrepostas no todo, ou em parte, por terras indígenas, assim como suas técnicas de cultivo e manejo milenares. Para isso, as comunidades devem apresentar um projeto nos seguintes eixos: monitoramento territorial, ambiental e da biodiversidade; restauração florestal e manejo; qualificação intercultural e turismo de base comunitária ou de viés pedagógico em educação socioambiental, todos com metas e cronogramas definidos. 

A Aldeia Indígena Guarani Rio-Silveira, cujo território fica na divisa entre Bertioga e São Sebastião, no litoral paulista, foi classificada para participar da Fase 2. Para isso, deve elaborar o plano de trabalho em aproximadamente 60 dias. Caso siga este cronograma, a previsão de implantação fica datada para 2 de janeiro de 2025. Conforme detalhado pela Semil, a execução observará o plano de trabalho a ser elaborado em conjunto entre a terra indígena e a gestão das UCs (Parque Estadual da Serra do Mar, núcleos Bertioga e São Sebastião), e ratificado pela Fundação Florestal e Comitê Gestor.

A titular da Semil, Natália Resende, explica: “O PSA Guardiões da Floresta valoriza o conhecimento ancestral na preservação da biodiversidade, preservando o patrimônio natural de São Paulo. E ninguém melhor para trabalhar pela sustentabilidade das regiões do que os próprios guardiões da floresta. Além disso, reforça o sentimento de pertencimento, trabalha a autonomia e fortalece o diálogo entre o estado e os povos originários”.

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