Espécie nativa de água doce se destaca pela versatilidade na culinária e importância ecológica; crescimento foi de 333% nas exportações
O curimatá, peixe de água doce conhecido também como curimba, curimbatá ou papa-terra, alcançou um feito histórico: registrou crescimento de 333% nas exportações entre janeiro e março de 2025 e movimentou US$ 580 mil, que equivalem a mais de R$ 3 milhões, segundo o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA).
A espécie, antes comum apenas no interior do Brasil, ganhou espaço nas cozinhas internacionais. De corpo prateado e boca retrátil, o curimatá vive em grandes cardumes e desempenha papel ecológico importante ao alimentar-se de algas e detritos orgânicos.
Presente nas bacias dos rios Amazonas, São Francisco, Tocantins, Araguaia e Prata, o curimatá ajuda a manter a qualidade da água e reciclar nutrientes nos ecossistemas aquáticos.
De acordo com o Ministério da Pesca e Aquicultura, o crescimento nas exportações reflete não só o sabor da carne do peixe, mas também o avanço institucional do setor aquícola no Brasil.
Com investimentos em licenciamento ambiental, abertura de novos mercados e mais segurança jurídica, o país vive um salto na piscicultura: foram US$ 18,5 milhões exportados no trimestre, alta de 112% em relação a 2024.
Embora a tilápia ainda domine as vendas externas, com 92% do total, o desempenho do curimatá, ao lado do tambaqui, mostra que as espécies nativas ganham cada vez mais espaço no mercado internacional. Para o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, os resultados são reflexo de um esforço contínuo do governo federal para fortalecer o setor.
"O MPA vem atuando lado a lado com o Ministério da Agricultura e Pecuária para abrir novos mercados internacionais, ao mesmo tempo em que avançamos em frentes estruturantes, como o licenciamento ambiental da aquicultura. Estamos celebrando novas cessões de uso em águas da União e oferecendo segurança jurídica para que os produtores possam crescer com regularidade e responsabilidade", destacou.
Os dados são da plataforma Comextat/Ministério da Economia, Exportação e Importação Geral (2025) e foram compilados no Informativo Comércio Exterior da Piscicultura, publicado pela Embrapa Pesca e Aquicultura.