Fenômeno foi detectado em praias da Baixada Santista e litoral norte; governo recomenda evitar o consumo de moluscos na região
Lenildo Silva
Publicado em 09/08/2024, às 12h36 - Atualizado às 14h09
Laudo conjunto das Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento e Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), alerta a população para a presença de microalgas marinhas da espécie Dinophysis acuminata, na água do mar. A coleta do material foi realizada na última semana de julho, e o resultado saiu nesta sexta-feira (9), segundo nota técnica publicada no Diário Oficial do Estado.
A floração dessas algas, fenômeno conhecido como 'maré vermelha', foi inicialmente detectado em Santa Catarina e Paraná, e, de acordo com o Grupo de Trabalho Interinstitucional, responsável pela gestão desses riscos, foram coletadas amostras de água para análise, as quais confirmaram a presença dessas algas em Cananeia, Peruíbe e Praia Grande, na Baixada Santista, e São Sebastião, no litoral norte paulista.
A Dinophysis acuminata é uma microalga que pode produzir toxinas diarreicas, conhecidas por se acumularem em moluscos bivalves, como ostras e mexilhões. O consumo do alimento contaminado pode causar problemas gastrointestinais, como vômito, diarreia, dor abdominal, tremor, dor de cabeça e problemas neurológicos.
Além de afetar os moluscos, a maré vermelha também afeta a balneabilidade das praias, pois as toxinas liberadas pelas microalgas podem provocar reações adversas em banhistas. Ieda Blanco, médica-veterinária e gerente do Programa Estadual de Sanidade dos Animais Aquáticos (PESAAq), explica que a floração de microalgas é um processo natural, mas que pode causar impactos significativos tanto ao meio ambiente quanto à saúde pública. "Este fenômeno pode causar mortalidade de peixes e representar riscos à saúde humana, com ameaças à balneabilidade das praias e acúmulo de toxinas nocivas à saúde humana em espécies marinhas, especialmente, ostras e mexilhões", explica.
Como medida preventiva, o governo de São Paulo orientou a população a evitar o comércio e o consumo de moluscos provenientes das áreas afetadas, até que novos testes sejam realizados e a segurança alimentar desses produtos seja confirmada. As secretarias estaduais monitoram a situação.
Ainda de acordo com a nota do Diário Oficial, na próxima semana, a Defesa Agropecuária do estado realizará novas coletas de moluscos nas áreas de cultivo, com o objetivo de verificar a presença de toxinas nesses animais e determinar se há risco à saúde para os consumidores. “Preventivamente, até novos resultados, recomenda-se evitar o comércio e o consumo de moluscos bivalves provenientes do litoral paulista”, conclui a nota.
Lenildo Silva
Cursa jornalismo na Faculdade Estácio