Goste-se, ou não, o uso de IA nas empresas se torna cada vez mais comum e substitui empregados de tarefas repetitivas por outro perfil
A inteligência artificial evoluiu e, cada vez mais, se torna comum o uso no dia a dia e também nas rotinas das empresas. Com isso, postos de trabalho de tarefas repetitivas são substituídos por IA e mudam o panorama do mercado de trabalho a curto e médio prazo. Aceitemos ou não, o futuro veio para ficar.
Recentemente, a empresa IBM voltou a ser um exemplo de discussão sobre o tema. Em 2023, promoveu a demissão de 8 mil funcionários para substituir por IA e, neste mês, anunciou ter contratado um número superior ao de demitidos, mas para ocuparem cargos de engenharia de software, vendas e marketing. Nas perdas, o setor de recursos humanos foi o maior afetado na big tech.
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Segundo o professor Evandro Eduardo Seron Ruiz, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, especialista em ciências da computação, “tarefas repetitivas, como vigilância, segurança, algumas administrativas simples e análises básicas de dados tendem a desaparecer com o tempo”, afirmou em matéria escrita por Felipe Medeiros, para o Jornal da USP.
Recentemente, Dario Amodei, CEO da Anthropic, empresa que desenvolveu o modelo de IA Claude, afirmou que metade dos empregos de nível iniciante, principalmente, de áreas administrativas, deve ser substituída por IA. “Parece loucura, e as pessoas simplesmente não acreditam, mas isso vai acontecer” afirmou Amodei em entrevista à Axios. “Nós, como desenvolvedores dessa tecnologia, temos o dever e a obrigação de sermos honestos sobre o que está por vir. Não acho que as pessoas estejam percebendo isso”, complementou.
Conforme observado pelo professor Luciano Nakabashi, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, especialista em crescimento e desenvolvimento econômico, no Jornal da USP, o Brasil ainda não está totalmente preparado para a transformação tecnológica, mas deve contar com geração de empregos e crescimento econômico a longo prazo.
Em um panorama geral, apesar das novas tecnologias substituírem determinados tipos de trabalho e produtos, com desafios para alguns setores, ele acredita que “indivíduos e empresas que souberem utilizar a IA para ampliar a produtividade e diversificar os serviços ofertados certamente terão vantagens competitivas. Por isso, é essencial que os trabalhadores se requalifiquem e que as empresas identifiquem novos nichos de mercado, caso contrário, perderão competitividade progressivamente”.