"Anjinho" teria furtado roupas do local e ao tentar fugir foi atropelado pelo padre; suspeito ficou quase três meses em estado vegetativo, não resistiu e morreu no dia em que completaria 41 anos
Quase três meses após furtar uma paróquia e ser atropelado pelo padre durante a fuga, Ângelo Marcos dos Santos Nogueira não resistiu e morreu na última quarta-feira (27), na Santa Casa de Misericórdia de Santa Cruz do Rio Pardo, interior de São Paulo.
O suspeito de furto foi atropelado pelo frei Gustavo Trindade dos Santos, de 37 anos, no dia 7 de maio. O padre não prestou socorro e fugiu para Ribeirão Preto, onde mora a família.
Segundo o boletim de ocorrência, Ângelo foi acusado de furtar três moletons e uma camiseta do local e conseguiu fugir, logo em seguida o padre foi atrás do homem e impediu a fuga.
Em interrogatório à Polícia Civil, o padre disse que encontrou um caminho para fechar o homem, mas quando ele entrou com o carro na calçada para pará-lo, o homem se jogou sobre o capô do veículo.
Trindade disse ainda que foi embora após o atropelamento porque temeu a possibilidade de ele estar armado, mas ao perceber a presença de pessoas na rua onde ocorreu o acidente, pediu a elas que chamassem a polícia.
Após o ocorrido, ele contou à polícia que foi até o convento onde morava, guardou o carro, que pertence à Diocese de Ourinhos, e viajou para Ribeirão Preto, onde reside sua família. Em junho, a Vara Criminal de Santa Cruz do Rio Pardo aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) e tornou o padre réu por tentativa de homicídio.
Anjinho, como era conhecido, foi internado em estado grave, e não teve melhora. Ele apresentava sequelas como perda de massa muscular, dificuldade para comunicação e necessidade de uso de fraldas
A vítima, que estava respondendo ao crime em liberdade, chegou a receber alta para tratamento domiciliar, mas acabou voltando à Santa Casa do município onde acabou não resistindo e morreu no dia em que completaria 41 anos de idade.
Com a morte de Ângelo, segundo o delegado Valdir de Oliveira, que investigou o caso, novas perícias devem ser realizadas para esclarecer se o óbito está diretamente relacionado com o atropelamento.
Caso isso fique comprovado, o caso pode passar a ser tratado como homicídio e não tentativa de homicídio. A Diocese de Ourinhos lamentou a morte de Anjinho através de uma nota. Veja a íntegra.
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