MUITAS DÚVIDAS

Duas marcas de azeite são proibidas em todo o Brasil; motivo preocupa

Governo federal publicou resolução que proíbe comercialização, distribuição, fabricação, importação, propaganda e até mesmo uso das marcas

Duas marcas de azeite são proibidas em todo o Brasil; motivo preocupa
Produtos estão proibidos desde terça-feira (20) - Reprodução/Ministério da Agricultura e Pecuária

Duas marcas de azeite foram proibidas no Brasil pela Anvisa, seja para comercialização, distribuição, fabricação, importação, propaganda e até mesmo uso. São elas a Alonso e a Quintas D’Oliveira, já consideradas irregulares desde terça-feira (20), quando o Governo federal publicou a resolução Nº 1.896 no Diário Oficial. A comercialização desses produtos configura infração grave, e os estabelecimentos que continuarem a vendê-los serão responsabilizados. 

O motivo é algo que preocupa as autoridades: a procedência e ingredientes dos azeites. O governo federal considera que os produtos têm substâncias não identificadas e são impróprios para o consumo. A denúncia contra as marcas ocorreu em outubro de 2024, quando o Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa) identificou produtos de origens desconhecidas em um comércio de Minas Gerais. Desde então, as duas marcas entraram para a lista de azeites fraudados e impróprios para consumo, do Mapa.

Um alerta de risco, publicado pelo governo federal em 22 de outubro do ano passado, diz que “com base nos testes físico-químicos, os produtos foram desclassificados por não atenderem aos padrões de identidade e qualidade estabelecidos pela Instrução Normativa nº 01/2012, sendo considerados impróprios para consumo. As análises detectaram a presença de outros óleos vegetais, não identificados, na composição dos azeites, comprometendo a qualidade e a segurança dos produtos. Os produtos também representam risco à saúde dos consumidores, dada a falta de clareza sobre a procedência desses óleos”.

Testes laboratoriais com azeites - Reprodução/ Ministério da Agricultura e Pecuária
Azeites passam por vários processos de verificação de qualidade - Reprodução/Ministério da Agricultura e Pecuária
Testes laboratoriais são complexos - Reprodução/Ministério da Agricultura e Pecuária
Azeites com misturas de óleos são desclassificados - Reprodução/Ministério da Agricultura e Pecuária
Embalagens de azeite com procedências desconhecidas são barradas pelo governo - Reprodução/Ministério da Agricultura e Pecuária
Estabelecimentos com produtos irregulares serão responsabilizados - Reprodução/Ministério da Agricultura e Pecuária

A embaladora das marcas também é um dos motivos para a medida. A resolução no Diário Oficial informa que “tais produtos apresentam nas suas rotulagens, como embaladora, a empresa Comércio de Gêneros Alimentícios Cotinga Ltda. - 00.808.890/0001-04, CNPJ inexistente na base de dados da Receita Federal do Brasil”.

A reportagem solicitou um posicionamento à Cotinga, mas não obteve retorno até o momento desta publicação. 

O alerta do ano passado ainda diz que algumas das empresas responsáveis por essas marcas estão com CNPJs suspensos ou baixados pela Receita Federal, o que reforça a suspeita de fraude. 

Como identificar azeites fraudados

Segundo o governo federal, o azeite é o segundo produto alimentar mais fraudado do mundo, atrás apenas do pescado. Para que o consumidor não seja prejudicado com produtos que podem fazer mal a sua saúde, o Mapa dá algumas dicas, confira:

  • Desconfie sempre de preços abaixo da média;
  • Se possível, verifique se a empresa está registrada no Mapa;
  • Confira a lista de produtos irregulares já apreendidos em ações do Mapa;
  • Não compre azeite a granel;
  • É importante estar atento à data de validade e aos ingredientes contidos;
  • Fique atento às características da embalagem - o vidro deve ser escuro;
  • Prefira produtos com a data de envaze mais recente;
  • Caso desconfie do azeite que comprou, uma opção para identificar fraudes grosseiras é a seguinte: coloque uma pequena quantidade de azeite em um copo e deixe de um dia para o outro na geladeira. Se for azeite, ele vai se solidificar parcialmente. Se tiver óleo na mistura, ele continuará líquido.

Consumidores que adquiriram essas marcas devem interromper o uso imediatamente e buscar a substituição conforme previsto no Código de Defesa do Consumidor. Já as denúncias sobre a venda de produtos fraudulentos podem ser feitas por meio do canal oficial Fala.BR, com a indicação do local de compra.

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