Parto por cesariana seria no dia seguinte; quando a conselheira tutelar chegou, gestante estava prestes a dar à luz
Mayumi Kitamura
Publicado em 20/02/2025, às 09h02
O que era para ser um dia de folga normal, na vida da conselheira tutelar de Bertioga Vanessa Ramos, terminou com uma ocorrência inusitada, para a qual não foi preparada: fazer um parto de emergência. Uma vizinha, grávida de oito meses, estava com cesárea marcada para o dia seguinte, mas o bebê, Levi, não quis esperar nem mais uma hora.
Em entrevista exclusiva, Vanessa conta que, por volta das 20h, concluía algumas tarefas domésticas quando começou a escutar gritos por socorro e, ao correr até o local, descobriu que eram da gestante. “Ela estava em trabalho de parto, com contrações bem avançadas. Aí eu me desesperei no momento. Nunca havia passado por algo parecido, não tinha ideia do que fazer, então liguei para a Guarda Municipal, me identifiquei como conselheira tutelar e pedi apoio”, detalha.
Levi tinha pressa e, em um intervalo de 10 a 15 minutos até a chegada da viatura da GCM, tudo passou muito rápido. “Ela tinha uma contração mais forte e eu vi que o bebê coroou. Naquele momento, fiz o possível para manter a tranquilidade. Só tinha eu naquele momento e precisava ajudar aquele bebê e aquela mãezinha. Mantive a calma, pensei no que fazer, nas manobras e em vídeos que eu já havia assistido no Youtube e na TV”, relembra Vanessa.
Assim, quando ele nasceu, a conselheira tutelar lembrou de ter lido, em alguma ocasião, a importância do choro do bebê no nascimento, até para os pulmões; então, deu tapinhas nas costas até que Levi chorou e ela o embrulhou em uma toalha. “Fiquei aguardando ali, de joelhos, a chegada do socorro, para que pudessem terminar o corte do cordão, o recolhimento da placenta e encaminhamento da mãezinha para o hospital. Foi lindo. Depois, acho que a adrenalina passou, e eu caí no choro. Agradeci a Deus por ter me capacitado, por estar comigo, porque eu nunca nunca imaginei estar naquela situação”. Depois disso, Vanessa conta que mandou mensagem para saber como estavam a mãe e o bebê, e os visitou no dia seguinte.
O parto de emergência ocorreu no dia 6 de fevereiro, e a cesárea estava agendada para o dia 7. O gesto humano fez com que a vereadora Renata Barreiro apresentasse, na sessão da Câmara Municipal do dia 18, uma homenagem à conselheira tutelar que não hesitou em ajudar, mesmo sem experiência na área da saúde.
Mayumi Kitamura
Jornalista formada na Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp - Guarujá), atua na área da comunicação há mais de 20 anos. Também possui formação técnica em Processamento de Dados e, atualmente, é estudante de Engenharia de Software pela Universidade Estácio.
