Romeu Cândido, de 62 anos, realizou, na sexta-feira passada, o Desafio Nascentes, em prol do meio-ambiente, nas areias de Santos
Paulo Henrique Chaves
Publicado em 28/05/2024, às 14h52 - Atualizado às 15h07
Idade é só um número. Quem pensa assim evita que esse número limite suas ações. Romeu Cândido, ultramaratonista de 62 anos, é uma dessas pessoas. Formou-se em educação física aos 58 anos; fez sua primeira ultramaratona em 2022, já com 60. Tudo isso após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico e decidir mudar o rumo de sua vida de atleta, antes dedicada a provas de triatlo. Foram 14 Ironman, famosa competição de triatlo. “Virando, literalmente, a chave da minha vida”, conta.
Na sexta-feira (24), Cândido realizou mais um feito na sua trajetória de atleta e de superação pessoal. Completou 130 quilômetros de corrida pelas areias da praia, em Santos, litoral paulista. Debaixo de chuva, em diversos momentos, e com apoio de sua equipe e de incentivadores, realizou o percurso em 24 horas, em benefício das nascentes da cidade.
O plano original era percorrer 200 quilômetros, porém, o evento original foi cancelado pelas autoridades. Mas isso não impediu que Romeu seguisse em frente e terminasse seu intento. “Nada disso importa. Vocês (apoiadores) estiveram. Em muitos, mais do que imaginávamos”, agradece.
A largada e chegada ocorreram em frente à avenida Conselheiro Nébias, com saída às 8 horas da sexta-feira e término no sábado, também às 8h, ou seja, 24 horas exatas para percorrer os 130 quilômetros. Feito inédito para o maratonista, que, no ano anterior, tinha alcançado a marca de cem quilômetros.
Romeu não pretende parar. Outros projetos vêm por aí, certamente. Sempre com a consciência de que não é apenas correr, mas ter um propósito. “O maior ensinamento que a corrida me trouxe é o chamamento a causas significativas em nossas vidas”, declara Cândido.
Causas como a da Abase, foco de sua corrida do ano passado, uma associação em prol de adultos e idosos com deficiência intelectual. Esse ano, o objetivo foi conscientizar sobre a preservação das nascentes de rios da cidade de Santos, de alta importância, haja vista as crises hídricas e climáticas recorrentes.
Para o futuro, a palavra de ordem é seguir. “Seguir, usando a corrida como pano de fundo para a saúde. Não apenas a performance”, finaliza o atleta.
Paulo Henrique Chaves
Formado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH)