NOVA ESTAÇÃO

O que esperar do inverno 2024 no litoral de SP; estação inicia nesta quinta (20)

Com as águas do Pacífico ainda em neutralidade e os efeitos do La Niña esperados apenas para o fim da estação, inverno deve ter de tudo um pouco

Esther Zancan
Publicado em 20/06/2024, às 09h09 - Atualizado às 09h17

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São esperados episódios daquelas chuvas finas, típicas litorâneas, durante todo o inverno - Fernando Nogueira
São esperados episódios daquelas chuvas finas, típicas litorâneas, durante todo o inverno - Fernando Nogueira

“Um inverno que não deve ser tão suave quanto foi o de 2023 e nem rigoroso como os de 2021 e 2022, que foram anos regidos pelo La Niña”. Segundo o climatologista Rodolfo Bonafim, da ONG Amigos da Água, de Santos, assim será o inverno 2024 no litoral de São Paulo. A nova estação começa nesta quinta-feira (20), às 17h51. 

Apesar de muitos alardearem os possíveis efeitos do La Ninã, que consiste no resfriamento das águas superficiais do Pacífico Equatorial, já para este inverno, Bonafim prevê que os efeitos do fenômeno devem ser sentidos mais a partir do fim de agosto e no mês de setembro, portanto, já próximo à primavera. 

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“Fenômenos climáticos não são ativados como um interruptor de luz. Demora um certo tempo para a temperatura da água do mar se transferir para a atmosfera, o que é chamado de acoplamento. Será um inverno de mais neutralidade, pois as águas superficiais do Oceano Pacífico estão em neutralidade no momento, o chamado ‘La Nada’, e isso faz com que se possa ter de tudo neste inverno, desde veranicos, como estamos tendo agora, até frentes frias poderosas, principalmente entre a segunda metade do mês de julho e o mês de agosto”, contou o climatologista.

La Niña
Efeitos do La Niña só devem ser sentidos a partir do fim de agosto - Reprodução/NOAA

Quanto às chuvas, Bonafim disse que são esperados episódios daquelas chuvas finas, típicas litorâneas, durante todo o inverno, especialmente a partir também da segunda quinzena de julho, pois a primeira ainda deve ser mais aquecida. Há ainda o prognóstico de algumas chuvas com alto volume, caindo em intervalos de tempo pequenos. Isso deve ocorrer devido ao fato de a temperatura do Oceano Atlântico ainda estar muito alta para esta época do ano.

O climatologista alertou que pode haver a passagem de alguns ciclones extratropicais, que devem causar ressacas marítimas, mas não crê que haja registro de grandes ressacas este ano. Já os efeitos esperados do La Niña, a partir de setembro, serão os de poucas chuvas no interior de São Paulo e até um certo calor. No litoral, as temperaturas devem ser mais amenas e o clima mais úmido. Ele lembra que o litoral paulista costuma ser mais sensível aos efeitos do La Niña do que o interior. 

Solstício de inverno

Solstícios
Solstício de inverno marca a noite mais longa do ano - Reprodução/Epagri/Ciram

Nesta quinta-feira, ocorre o solstício de inverno. Bonafim explica que esta data marca o início do inverno astronômico (o chamado inverno climatológico teve início em 1º de junho e segue até o fim de agosto). O sol estará na posição mais baixa em relação ao horizonte no ano no hemisfério sul. Será a noite mais longa do ano. De hoje em diante, as noites ficam cada vez menos longas, até chegar em 22 de setembro, no equinócio de primavera, quando o dia e a noite terão a mesma duração. 

Esther Zancan

Esther Zancan

Formada pela Universidade Santa Cecília, Santos (SP). Possui experiência como redatora em diversas mídias e em assessoria de imprensa.

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