Pescador de Ubatuba captura espécie pouco avistada na região e viraliza

No dia 21 de agosto, um post chamou a atenção no Facebook. Um pescador residente de Ubatuba compartilhou o registro de um peixe com aparência fora do comum capturado durante a pesca. Wlademir da Silva compartilhou com seus amigos a foto que gerou muitas reações divertidas. "Parece baiacu" e "parente do peixe morcego" foram alguns dos palpites sobre qual seria a espécie; o Portal Costa Norte investigou, apurou com especialistas e temos um nome: trata-se de uma forma jovem do Antennarius striatus.

A espécie, que foi capturada com outros peixes durante uma pesca com rede a 2 milhas da Ponta Grossa de Ubatuba, é "parente" do peixe-sapo, bem comum na região litorânea do estado de São Paulo, porém, ao contrário deste, nada habitual longe da costa.

De acordo com os ictiólogos (ictiologia é o ramo da zoologia que estuda os peixes) João Luis Gasparini e Mauricio Hostim e do pesquisador científico Antônio Olinto Ávila da Silva do Instituto de Pesca do estado, esta espécie possui distribuição mundial e no Atlântico Oeste é encontrada desde o sul do Brasil até o norte dos Estados Unidos.

No país, no entanto, só há registros de sua captura em pescas nos estados entre o Espírito Santo e Santa Catarina, já que ele é uma espécie costeira, típica de estuários (ambiente de transição entre a água do mar e do rio) e fundo de baías.

Sendo assim, a captura desta espécie durante uma pesca em alto mar se torna ainda mais inusitada do que a aparência do peixe em si. Ainda de acordo com os especialistas, esta é uma espécie muito visada na aquariofilia (prática de criar peixes, plantas e outros organismos aquáticos em aquários), porém não se trata de uma espécie exótica e, embora não seja abundante, também não chega a ser rara.

O pesquisador Antônio pontuou ainda que de acordo com as listas oficiais a categoria não está em risco de extinção, mas seu status de conservação tem dados insuficientes e "menor preocupação" na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção de 2018 do ICMBio.

Wlademir, o pescador, ressaltou que o após o registro devolveu o animal com vida para o mar e agora poderá compartilhar com seus seguidores o desfecho desta história, além de comemorar o fato de ter encontrado um peixe difícil de ser encontrado fora do que seria seu habitat.