GRÁVIDA DE SANTO ANDRÉ

Buscas continuam: família mostra ultrassom 3D e denuncia hospital de São Vicente

Pai da criança afirma que polícia prossegue nas buscas da bebe raptada após parto dentro de carro; família acusa hospital de São Vicente por negligência e notícia falsa: "Trataram ela como louca", diz filha

Da redação
Publicado em 05/05/2022, às 11h39 - Atualizado às 15h43

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Família mostra ultrassom 3D e denuncia hospital de São Vicente - Reprodução Redes Sociais
Família mostra ultrassom 3D e denuncia hospital de São Vicente - Reprodução Redes Sociais

O caso de Deise do Espírito Santo ganhou destaque nacional após familiares denunciarem que a gestante de 42 semanas foi raptada na saída de uma UPA de Santo André, na Grande ABC, e trazida para a cidade de São Vicente, no litoral paulista, onde teria dado à luz dentro do veículo e sequestradores teriam roubado a criança.

A puérpera, de 42 anos, havia sido deixada em uma rua desconhecida da cidade, onde foi acolhida por guardas civis, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros e encaminhada à Maternidade Municipal de São Vicente. Deise foi submetida a uma bateria de exames e laudo médico, divulgado pela Secretaria de Saúde, apontou que a vítima não estava grávida.

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A informação caiu como uma bomba para a família de Deise que ficou indignada com a posição da prefeitura em expor a família e espalhar “mentira”. Todos da família de Deise não acreditam nessa versão, denunciaram o hospital por negligência e divulgaram uma foto da ultrassonografia 3D.

A imagem ultrassom 3D foi divulgada já na noite de quarta-feira nos perfis dos familiares da vítima. Na foto, não é possível ver nome da paciente, dia e horário que foi realizado o procedimento médico.

Família mostra ultrassom 3D e denuncia hospital de São Vicente (Reprodução Redes Sociais)

Em entrevista ao programa policial Cidade Alerta, da Record TV, Ester, que é filha de Deise, afirmou que a mãe foi mal atendida na unidade de saúde, que duvidou da sua história e que nem a medicaram para dor.

“Trataram ela como louca, não fizeram nada. Disseram que era uma gravidez psicológica, sendo que após transferência para hospital em Santo André minha mãe fez um ultrassom que localizou restos de placenta no seu útero”, alega.

A família foi até São Vicente encontrar Deise e foram os familiares que providenciaram sua transferência para o Hospital Christovão da Gama, em Santo André, onde a técnica de enfermagem permaneceu internada até a tarde de quarta-feira (4).

Em nota enviada ao Portal Costa Norte, na manhã de quarta-feira, a prefeitura de São Vicente informou que Deise deu entrada na Maternidade Municipal de São Vicente e que a paciente relatou que havia passado por um parto vaginal, há cerca de oito horas, no interior de um veículo de aplicativo, e que o recém-nascido foi levado pelo sequestrador.

A equipe da maternidade adotou a conduta de internação para suporte clínico e realização de exames. Em exame laboratorial realizado na admissão, foi verificado que a paciente não estava grávida. Às 4h23 desta quarta-feira (4), a paciente deixou o local novamente, sem estar de alta médica, acompanhada de familiar, conforme relatório de enfermagem”, informou a nota.

A Secretaria de Saúde de São Vicente esclareceu que foi realizado um exame de sangue para identificar a presença do hormônio hormônio gonadotrofina coriônica (HCG), cujo resultado foi negativo. 

O HCG humano está presente no organismo da pessoa que está ou esteve grávida há pouco tempo. Segundo a pasta, “o hormônio detectado nesse exame pode permanecer presente até 30 dias após o parto.”

Entretanto, especialistas no assunto afirmam que o exame de HCG não é o ideal para identificar se houve uma gestação, uma vez que esse hormônio tem um aumento expressivo no início da gravidez e os níveis vão caindo ao longo dos meses. 

Segundo a ginecologista e obstetra Naira Scartezzini Senna, o exame clínico é que vai identificar se existem restos placentários ou lacerações no canal vaginal, além dos exames realizados durante o pré-natal.

Os familiares de Deise afirmaram que ela foi submetida a uma curetagem no Hospital Christovão da Gama para remoção de restos placentários, mas não enviaram nenhum laudo.

Também não enviaram documentos do pré-natal, que segundo o pai da criança, estavam na bolsa que Deise levaria à maternidade e ficaram no carro do sequestrador. O hospital confirmou, à imprensa local, que Deise esteve em atendimento, mas alegou que não poderia dar mais informações sobre a paciente.

Polícia segue com as buscas pela bebê

O namorado de Deise, Rodrigo Morais, de 38 anos, afirmou que a Polícia Civil de Santo André está em busca dos documentos e laudos da gravidez e trabalha em duas frentes.

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A primeira é apurar todos os laudos da gestante para provar em definitivo se realmente houve rapto de bebê, aborto ou gravidez psicológica. A segunda frente que a polícia trabalha é em campo atrás da criança que a mãe afirma ter sido gerada e roubada após o parto.

Eles [Polícia] me informaram que todas as autoridades da região estão cientes e estão procurando a minha filha sim! O caso não está abandonado. Os laudos que eles tão procurando devem ser para registro documental”, disse o pai da criança à Record TV.

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