SEM PLANO

Exclusivo: velejador que está desaparecido não preencheu o plano de navegação

Edison Gloeden saiu para testar o piloto automático do veleiro Sufoco no último domingo (15) e não voltou

Thiago Reis Dantas
Publicado em 18/01/2023, às 13h20 - Atualizado às 16h38

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Edson estava no veleiro de 32 pés que despareceu no litoral de SP VELEIRO SUFOCO BARCO NA ÁGUA
Edson estava no veleiro de 32 pés que despareceu no litoral de SP VELEIRO SUFOCO BARCO NA ÁGUA

O velejador, empresário e arquiteto Edison Gloeden (Alemão) não preencheu o plano de navegação antes de sair para o mar com o veleiro Sufoco. O formulário é uma espécie de ‘aviso de saída’ em que devem constar o número de pessoas a bordo, destino e horário provável de retorno. Desde então, o velejador de 66 anos está desaparecido.

Segundo apurado pela nossa reportagem, Alemão avisou a um amigo que faria um teste no barco. Em nota, o Clube Internacional de Regatas de Santos afirmou que Alemão saiu sozinho com seu veleiro, no dia 15 de janeiro, por volta das 14h30, da Sede Náutica do CIR localizada no Guarujá.  Informou ao seu marinheiro que iria sair apenas para testar o piloto automático. A partir do momento que o administrador da Náutica percebeu a ausência da embarcação comunicou as autoridades da Marinha e do Corpo de Bombeiros. O veleiro foi visto por uma outra embarcação perto da ilha das Palmas impulsionado pelo motor de popa.

Rádio de comunicação

O Capitão Herman Junior, responsável pela comunidade Mayday que atua no Whatsapp e mantém o site inavigate.com.br disse que Edison era extremamente cuidadoso com o veleiro. A embarcação era equipada com rádio comunicador VHF, equipamento capaz de manter contato com outros barcos inclusive navios. Porém, desde o sumiço, esse contato não ocorreu.

Operação de resgate

O trabalho de buscas começou na segunda-feira (16) e prossegue numa operação que envolve a sociedade civil, Corpo de Bombeiros, Marinha e Polícia Militar (PM). Amigos e participantes do grupo Mayday com velejadores de várias regiões do país também procuram por Alemão. De acordo com o Capitão Herman Junior, o grupo foi o primeiro a alertar que a embarcação com o velejador tinha sumido. Com a ajuda do Mayday, aviões monomotores foram utilizados nas buscas sobrevoando áreas do litoral norte, região da Laje de Santos, Queimada Grande e Guaraú em Peruíbe. No mar, as embarcações da PM, Marinha e barcos particulares chegaram da Laje de Santos e seguiram até a Queimada Grande.

Edson estava no veleiro de 32 pés que despareceu no litoral de SP VELEIRO SUFOCO BARCO NA ÁGUA ()

Segundo Junior, a Força Aérea Brasileira (FAB) entrou no trabalho hoje (18) com aeronaves que são capazes de percorrer maiores distâncias. “Fico feliz por todo [esse] empenho das pessoas. É uma atividade que envolveu militares e civis”, afirmou o capitão que também elogiou o trabalho realizado pelo Patrulhamento Marítimo Ambiental da PM de São Paulo.

Sobrevivência

No domingo houve uma tempestade no final do dia em algumas cidades do litoral, entretanto, segundo Junior, esse tipo de evento climático não atrapalha a navegação. “O barco é de classe Oceânica, suporta tempestades muito maiores em alto mar”. O capitão não soube informar se Edison tinha alimento e água estocados no veleiro, mas disse que o velejador é experiente e é capaz de armazenar a água da chuva e pescar.

O Clube Internacional de Regatas de Santos informou que está à disposição das autoridades e da família do associado Edison Gloeden, colaborando com as buscas e com informações para encontrá-lo.

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