Barco pertencia a um pescador de São Sebastião, que caiu no mar e foi resgatado, após mais de 10 horas, agarrado a uma boia de sinalização náutica
Redação
Publicado em 18/03/2024, às 13h37 - Atualizado às 13h47
Essa é uma daquelas histórias que parecem conversa fiada de pescador, mas aconteceu de verdade. Um barco foi encontrado à deriva, na praia da Guilhermina, em Praia Grande, na Baixada Santista, no dia 11 de março. Descobriu-se, mais tarde, que a embarcação pertencia a um pescador de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, que havia caído do barco e passado mais de 10 hora no mar; ele foi encontrado agarrado a uma boia de sinalização náutica.
Arnaldo Pereira de Souza, de 46 anos, é pescador “desde criança”, como ele mesmo define. Mas nem toda a experiência que possui impediu que um acidente acontecesse, na noite do dia 8 de março, quando ele caiu da embarcação durante uma pescaria. “Fui mexer no tanque de combustível e uma ondulação maior me derrubou. Era noite e não consegui voltar para o barco. Passei 10 horas no mar, nadei e consegui encontrar uma boia de sinalização, onde me segurei”. Somente no dia seguinte, 9 de março, um outro pescador passou pela boia e viu a situação de Arnaldo, já bastante debilitado, e o resgatou.
O final feliz para Arnaldo, que agradece a ajuda que recebeu e, principalmente a Deus, que o manteve vivo, tinha um porém. Seu barco, que é o seu ganha-pão, não havia sido localizado nas redondezas. Bem, pelo menos não até o dia 11, quando uma pequena embarcação de alumínio foi avistada à deriva, na praia da Guilhermina, em Praia Grande, e a Guarda Costeira da cidade foi acionada.
De acordo com o inspetor da Guarda Costeira, Delfo Monsalvo, assim que a equipe percebeu que o barco estava intacto, porém sem seu condutor, iniciaram-se os contatos para identificar o proprietário. “A comunidade náutica da região se mobilizou e conseguimos chegar até o senhor Arnaldo”, contou Monsalvo.
Em seguida, foi preciso fazer o motor funcionar e levar o barco até a praia do Canto do Forte, também em Praia Grande, onde funciona a base do grupamento. “A embarcação estava prestes a encalhar, mas conseguimos ligar o motor e levá-la pelo mar mesmo. Não foi uma operação muito difícil, mas foi extremamente gratificante devolver um bem que significa tanto para alguém”. Para se ter uma ideia, Monsalvo estima que a distância percorrida pelo barco seja de cerca de 60 milhas náuticas, o equivalente a pouco mais de 100 quilômetros. “Foi muita sorte o barco estar intacto e não ter emborcado”.
Arnaldo foi até Praia Grande buscar seu barco e fez questão de agradecer também à equipe da Guarda Costeira, fundamental para o desfecho feliz. Dentro do barco estavam também alguns petrechos de pesca, como redes e outros equipamentos, avaliados em cerca de R$ 50 mil. “Pelo tempo que passou e pelas condições do mar, achei que o barco tivesse afundado e que não o fosse recuperar. Então, o mínimo que posso fazer é agradecer imensamente a todos os envolvidos”, disse o pescador.
A Guarda Costeira de Praia Grande desenvolve um importante trabalho de fiscalização de embarcações pelas praias da cidade, graças a um convênio firmado com a Marinha do Brasil, no ano 2000, sendo a primeira da região a assumir a responsabilidade por este trabalho. Com isso, Praia Grande mantém zerado o índice de acidentes com motoaquáticas e outras embarcações marítimas. A Guarda atua, também, no resgate de animais marinhos encontrados nas praias de Praia Grande.
