CURIOSIDADES

Descubra a história dos nomes de cinco praias famosas de Ilhabela

Jabaquara, Eustáquio, Feiticeira, Castelhanos e Pacuíba, estas praias têm em comum os nomes imersos em histórias, lendas e tradições

Gabriela Petarnella
Publicado em 12/01/2024, às 15h41

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Praia do Eustáquio - Prefeitura de Ilhabela
Praia do Eustáquio - Prefeitura de Ilhabela

Ilhabela, um dos destinos mais buscados durante a temporada de verão e férias, no litoral de São Paulo, além de incontáveis belezas naturais, possui um capítulo à parte, que são os nomes de suas praias, imersos em histórias, lendas e tradições. Mas, e você? Conhece a origem dos nomes das praias mais frequentadas do arquipélago? Separamos uma lista de cinco das mais famosas para te contar tudo. Vamos lá?

Praia de Castelhanos
Praia de Castelhanos - PMI
Começamos com a internacionalmente conhecida, praia de Castelhanos. Localizada no Parque Estadual de Ilhabela, o acesso exige percorrer uma estrada cheia de aventuras,   de 1,5km. Trata-se de um dos maiores cartões postais do município, com  vista para uma baía com formato de coração.  
A praia de Castelhanos estava na rota de grandes navegações internacionais e já foi testemunha de diversos naufrágios, como o do navio espanhol Príncipe das Astúrias, que afundou em 1916 e ficou conhecido como o “Titanic brasileiro”. No entanto, Castelhanos recebeu esse nome por refugiar os piratas da região de Castela, na Espanha, que vinham  saquear as caravelas de Portugal. Abrigou inúmeros corsários, que utilizavam a praia para se abastecer de água e lenha, e foi ponto estratégico de navios negreiros que ainda traficavam  africanos, após a abolição.
Praia da Feiticeira
Praia da Feiticeira - PMI

Outro nome que atiça a curiosidade dos visitantes é o da praia da Feiticeira, localizada no lado sul do município, no bairro de mesmo nome. Uma das praias mais aconchegantes da cidade, com uma faixa de areia pequena, mas sempre cheia, por ser uma das queridinhas dos turistas.

Conta a história que, durante o período das grandes navegações, a fazenda existente até hoje na praia era propriedade de uma mulher com muitas riquezas adquiridas por meio de negociações com contrabandistas e navios comerciais. Temendo pela sua fortuna, ela teria enterrado, mata adentro, com ajuda de seus escravos, um baú com seus objetos de maior valor e moedas. Porém, para que não a roubassem ou não divulgassem a localização, a mulher os matou; daí  a fama, na região, de bruxa.

Os relatos, passados por muitas gerações, dizem que esta mulher envelheceu, ficou louca e desapareceu completamente. Porém, muitos acreditam que sua fortuna ainda está no local e que, pelas ruas do bairro, ainda é possível vê-la transitando, guardando sua riqueza.

Praia do Eustáquio
Praia do Eustáquio - PMI

O nome praia do Eustáquio, popularmente conhecido como Saco do Eustáquio, pelo seu formato, tem origem em uma possível visita de 11 dias à ilha, em 1565, do militar português Estácio de Sá. O fundador da cidade São Sebastião do Rio de Janeiro e primeiro governador-geral da Capitania do RJ, no período colonial, teria originado o nome 'Sacco de Eustachio', presente nos antigos mapas, assim como na delimitação oficial dos bairros de Ilhabela.

Esta é uma das praias mais paradisíacas do arquipélago, mas pouco frequentada, pois seu acesso é possível apenas por mar ou trilha. Fica a cerca de 30km do píer do Perequê, com um percurso de cerca de 1h15, de barco, ou, para os mais aventureiros, por meio de uma trilha que parte de Castelhanos; possui 7,5km e leva em média 8h de caminhada. A microilha é contemplada por águas cristalinas, propícias para atividades aquáticas como canoagem, stand up paddle e mergulho livre.

Praia da Pacuiba
Praia da Pacuíba - PMI

Antes de a ilha virar rota das grandes navegações, Ilhabela contava com uma comunidade indígena, que originou os nomes de diversas praias. Uma delas, pouco explorada, mas que vale a pena visitar, é a praia de Pacuíba. Seu nome é de origem tupi: pacohyba e pacoba-ayba podem significar “grande árvore”, “bananeira selvagem” ou “árvore da banana ruim” (que não se come). Para chegar ao local, é necessário percorrer cerca de 3km de carro em  estrada de terra; após o  fim do trecho pavimentado começa uma trilha de 212 metros, na mata, de aproximadamente cinco minutos de caminhada, o que garante que a praia não seja tão frequentada. Se o seu desejo for uma pequena faixa de areia com sombra e tranquilidade, esta é uma boa escolha.

Praia do Jabaquara
Praia do Jabaquara - PMI

Por fim, a praia do Jabaquara. Sua história ainda hoje gera dúvida e duas versões. Porém, ambas condizem com o contexto histórico da cidade. A princípio, existe a interpretação de que jabaquara vem da língua tupi, yab-a-quar-a, que significa rocha ou buraco, por causa do formato da praia, um ‘buraco’ cercado por rochas. 

A outra versão analisa o nome como jabá, que significa fugir ou fugitivo, e quara, que significa esconderijo ou moradia. Portanto, a junção seria traduzida como ‘esconderijo dos fugitivos’, já que o local servia como quilombo para os escravos fugitivos e, também, pelos indígenas da região. Independentemente do que signifique o lugar, atrai um movimento intenso de visitantes, com muita sombra e água fresca, boa infraestrutura, com quiosques e restaurantes que oferecem o melhor da culinária caiçara.

Gabriela Petarnella

Gabriela Petarnella

Jornalista formada pelo Centro Universitário Módulo. Possui experiência em videorreportagem e fotojornalismo

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