LOTAÇÃO

Prainha Branca, em Guarujá, inicia contagem de visitantes em dezembro

Inicialmente não haverá cobranças, reforma da portaria visa o estudo da frequência de turistas na área de preservação

Rebeca Freitas
Publicado em 03/11/2023, às 17h43 - Atualizado em 06/11/2023, às 09h37

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Prainha Branca é uma área de preservação ambiental - Divulgação/ prefeitura de Guarujá
Prainha Branca é uma área de preservação ambiental - Divulgação/ prefeitura de Guarujá

Em dezembro, será iniciado um levantamento diário de quantos visitantes a Prainha Branca, em Guarujá, no litoral de São Paulo, recebe. O projeto piloto terá duração de 12 meses e tem como objetivo contagem do volume de banhistas. A pesquisa começará após uma adequação na antiga guarita de acesso. O equipamento ganhará, a partir de uma compensação ambiental, um banheiro para o uso exclusivo dos porteiros que serão escalados para registrar a entrada, saída e permanência das pessoas no local. 

A Guarita foi construída em 2006 graças a uma parceria entre a Fundação SOS Mata Atlântica e a Sociedade Amigos da Prainha Branca. Com o passar dos anos, ela foi deteriorada principalmente por cupins e umidade, conforme indica a sociedade. 

portaria prainha branca
Portaria deteriorada passa por reforma 17 anos após sua construção 

Inicialmente, não haverá cobrança ou restrição de passagem. Porém, segundo Claudenice Almeida, presidente da Associação Amigos da Prainha Branca, existem planos para a implementação de uma taxa futuramente, a fim de estruturar o turismo na região e reparar danos ambientais. “Depois desse período de teste a gente quer, sim, implantar uma taxa para o benefício da comunidade, porque aí a gente pode contratar pessoas para continuar trabalhando na portaria, você pode fazer uma trilha monitorada, tem vários fatores que podem ser melhorados”, salienta. 

Dentre as principais queixas dos nativos da Prainha está o alto volume de resíduos que visitantes deixam no local. “As pessoas de uns dois, três anos para cá, entram dentro da comunidade como se não existisse ninguém lá. ‘Ah, eu estou indo em uma praia, eu faço o que eu quero, curto da forma que eu quero’ e não é assim. Lá dentro tem uma praia maravilhosa, mas tem uma comunidade, vivem pessoas lá dentro”, rechaça Claudenice. Taxas de preservação ambiental já são cobradas em municípios como Ubatuba. Na Prainha, além da estruturação da portaria, existe o desejo de capacitar monitores para realizar trilhas guiadas.  

Toda a reforma está sendo custeada pela Laroc Club, inclusive equipamentos como telefone, bebedouro e catracas. “Quando a Laroc veio ano passado para o Guarujá, como uma boate, teve várias irregularidades e ela foi multada. Aí uma das engenheiras da empresa me procurou lá na Prainha, porque eles tinham que pagar uma compensação ambiental e queriam destinar uma parte da compensação para a comunidade. A gente passou para ela que a gente queria dar andamento ao projeto piloto de controle de acesso, que era a reforma da portaria, junto com duas pessoas contratadas para trabalhar, com toda com a portaria toda equipada”, explica Claudenice. 

Capacidade de carga

O novo levantamento foi motivado por um estudo de capacidade de carga realizado pela Fundação Vanzolini, entre os anos de 2019 e 2022, que abrangeu as sete praias que a Apa Serra do Guararu abriga. A análise, chamada de ordenamento turístico, detectou que a Prainha Branca é a que recebe “maior pressão”. Isso porque é localizada em uma comunidade caiçara, sendo extremamente atrativa para o camping, prática que gera superlotação, especialmente na alta temporada, e compromete a qualidade de vida local.

Este novo projeto será fundamental nas conclusões finais do futuro pacote de medidas para garantir a sustentabilidade da região. As questões consideram, ainda, a garantia em atendimentos de saúde e segurança, dada às características de acesso como o tempo de trilha em torno de 30 minutos. 

Floresta ombrófila

A região possui floresta ombrófila densa bem preservada, caracterizada por vegetação alta e zona costeira da Mata Atlântica onde o período biologicamente seco é praticamente inexistente. No local também há espécies endêmicas como esquilos, guaiamuns (caranguejos azul ameaçados de extinção), tamanduás-mirins, pacas e gambás.

Rebeca Freitas

Rebeca Freitas

Formada pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp)

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