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Menina morta pela mãe em Guarujá (SP) foi torturada; padrasto foi preso

“Ela amarrou a filha no fundo do quintal e a agrediu com diversas pauladas e quando a menina desfaleceu, ela largou a menina no quintal, e achou que a menina tinha desmaiado”

Da redação
Publicado em 20/10/2021, às 09h02 - Atualizado em 22/10/2021, às 10h34

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Vídeo mostra padrasto incentivando mãe a cometer as agressões contra a menina Preso padrasto acusado de praticar tortura contra enteada assassinada no Guarujá - Divulgação/Polícia Civil
Vídeo mostra padrasto incentivando mãe a cometer as agressões contra a menina Preso padrasto acusado de praticar tortura contra enteada assassinada no Guarujá - Divulgação/Polícia Civil

A investigação do crime bárbaro que causou revolta na população de Guarujá, litoral paulista, teve mais um importante passo, com a prisão do padrasto da menina Clara Regina Pereira Santos, que foi encontrada morta na noite do dia 24 de agosto.

Apontada como algoz da própria filha, a mãe, Lucilene Pereira dos Santos, fugiu de casa após o crime, mas foi encontrada pela Polícia Militar no dia seguinte. Ela segue presa por homicídio qualificado e aguarda julgamento.

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Uma testemunha que, de acordo com a Polícia Civil, colabora com as investigações, apresentou um vídeo no qual é possível ver a mãe espancando a filha com uma escumadeira e segurando um pedaço de pau.

O padrasto, Maicon Saustino de Souza, não aparece no vídeo, mas, a voz do homem que incentiva a tortura e o espancamento foi reconhecida por testemunhas como sendo de Maicon.

Por conta do incentivo ao crime e do reconhecimento o delegado Otaviano Toshiaki Uwada, responsável pelo caso, pediu a prisão preventiva do padrasto, Maicon Saustino de Souza, por participação no crime de tortura. Ele foi preso nesta terça, 19.

Lucilene Pereira foi presa um dia depois do assassinato (25/10) e Maicon Saustino foi preso na tarde do dia 19/10 Preso padrasto acusado de praticar tortura contra enteada assassinada no Guarujá (Foto: Divulgação)

Vizinho detalha o crime

Um vizinho da família detalhou, via áudio, como o crime ocorreu e os antecedentes graves de maus-tratos ocorridos com a criança.

O áudio detalha que o crime ocorreu de maneira bruta e que, de acordo com o homem, poderia ser evitado: “Ela amarrou a filha no fundo do quintal e a agrediu com diversas pauladas e quando a menina desfaleceu, ela largou a menina no quintal, e achou que a menina tinha desmaiado”, relata.

Segundo o homem, a criança foi espancada ainda na manhã do dia em que foi morta e o Conselho Tutelar foi acionado. “Acionaram o Conselho Tutelar, que foi ao local e retirou a criança, levando-a embora, mas algumas horas depois trouxe de volta e entregou para a mãe”.

Vídeo

O indivíduo também relata que a mãe criminosa estava furiosa e, mesmo após o ‘susto’ da visita do Conselho Tutelar, praticou a barbaridade com a filha, amarrando-a nos fundos da casa e espancando-a com um pedaço de pau até a morte.

“Ela com raiva fez aquilo. Após tudo ela amarrou a criança e a espancou até a morte. Essa criança já era vítima de maus tratos, já tinha sido recolhida a um abrigo e devolvida à mãe várias vezes”, desabafa. “Não há motivos para um pai ou mãe matar um filho, uma menina de apenas 11 anos [suspira], dá pra ver nas fotos que estava totalmente desnutrida”, conclui

Conselho tutelar nega culpa

À época, o Colegiado Geral do Conselho Tutelar de Guarujá e Vicente de Carvalho afirmou, por meio de nota, que estava apurando se houve omissão por parte de conselheiro tutelar e negou ter recebido diversas denúncias contra a mãe que matou a própria filha a pauladas em Guarujá.

Segundo o Conselho Tutelar, foi instaurado um procedimento administrativo disciplinar, a fim de apurar se houve prevaricação ou omissão por parte do membro do Conselho Tutelar no atendimento da criança, sem prejuízo de sanções legais relacionadas ao caso.

Informaram também que "não houve diversas denuncias conforme noticiado erroneamente pelos vizinhos e mídia". Segundo o órgão, a criança foi entregue para a genitora, mas no município de São Paulo, onde estavam acolhidos. "Tal fato não aconteceu em nosso município [Guarujá]".

"Informamos ainda que a família mudou-se para esta cidade há pouco, conforme apurado. Toda apuração frente ao caso, corre em sigilo e os fatos apurados serão encaminhados para os órgãos competentes desta cidade. O Conselho Tutelar, órgão de defesa de direitos da criança e do adolescente, reafirma seu compromisso com a verdade, com a legalidade e com a sociedade de Guarujá e conta com todos para continuar sua missão com ética, competência e profissionalismo".

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