ALTA SEGUE

Disparada de vendas e aluguéis no litoral de SP deve continuar em 2024

No ano, volume de vendas de imóveis quase triplicou nas principais cidades do litoral enquanto número de aluguéis subiu ainda mais

Redação
Publicado em 06/11/2023, às 14h17

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Litoral de SP. Volume de vendas e alugueis de imóveis devem seguir em alta na região - Imagem: Reprodução / Accor.com
Litoral de SP. Volume de vendas e alugueis de imóveis devem seguir em alta na região - Imagem: Reprodução / Accor.com

Verificada do início do ano até agora, a tendência de altos volumes de vendas e aluguéis de imóveis nas principais cidades do litoral de SP deve continuar ao longo de 2024, avaliam especialistas ouvidos pelo Portal Costa Norte nesta segunda-feira (6).

“O ano que vem está sendo aguardado com muita expectativa, principalmente na área de lançamento de novos imóveis. Com certeza, acreditamos num aquecimento no mercado em 2024”, explica José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de São Paulo).

De acordo com recente pesquisa da entidade, realizada com imobiliárias de todas as cidades praianas da Baixada Santista (Bertioga, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente),  o volume de contratos de aluguel assinados quase sextuplicou na região, com alta de 443% em 2023. No mesmo período, o volume de imóveis vendidos quase triplicou, com alta de 188%.

Interlocutores ligados ao setor de habitação do litoral atribuem a alta das vendas ao crescimento do PIB no estado, à localização e melhora no IDH (índice de desenvolvimento humano) da região.

Na avaliação do presidente do Creci-SP, o alto volume de vendas de imóveis é um dado que indica crescimento do mercado imobiliário no litoral paulista. “A alta nas vendas é altamente positiva. Aí sim você encontra novos moradores comprando imóveis no litoral. E isso é uma realidade”.

O mesmo não pode ser dito da alta ainda maior no volume de aluguéis, acrescenta o comandante do Creci-SP. Ele explica que, quando não atrelado a novos empreendimentos, o número de contratos assinados nas alturas indica altíssima rotatividade nas locações.

Esse volume de aluguéis é um índice ruim. Quando termina o contrato [de locação], o proprietário fica liberado para cobrar o que ele julga que o imóvel esteja valendo, o locatário entrega o imóvel e aluga outro. Em seguida, aquele imóvel desocupado é alugado por outro locatário. Então, onde era para não ter nenhuma locação, acaba tendo duas”.

Essa dinâmica, diz Viana Neto, multiplicada pelos milhares de imóveis no mercado de locação litorâneo, infla o volume de aluguéis sem necessariamente representar mais imóveis na praça. “A procura por locação é muito grande, sempre tem gente querendo. Eu costumo ligar para alguns colegas aleatoriamente para verificar o índice de desocupação. E nós tivemos o índice de desocupação na casa de 97%”.

Profissionais ligados à formulação de políticas de habitação e ambientais na região afirmam que, em 2024, a demanda de vendas deve se acomodar num ritmo crescente mais suave. Por outro lado, eles alertam que investidores ainda encontram dificuldade na região para atendimento das questões ambientais e de zoneamento.

Viana Neto também destaca que, sobretudo no setor de aluguéis, os atrativos para investidores poderiam ser maiores. “O mercado de locação residencial é muito difícil, porque a legislação favorece demais o locatário e a tributação é pesada. Com isso, os investidores ficam com receio de investir em imóvel para alugar. E aí vão investir onde? Em imóveis comerciais, corporativos, que têm mais autonomia ao proprietário”.

As vendas, em contrapartida, devem ser ainda mais oxigenadas no ano que vem, caso as expectativas de novas quedas na taxa de juros se confirmem. “Com a Selic baixando, os bancos já começam a anunciar que teremos financiamentos mais baratos por aí. Um ponto percentual que cai na taxa de juros, você consegue incluir um número muito grande de pessoas que passam, a partir daquele momento, a ter possibilidade de compra do seu imóvel”, conclui Viana Neto.

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