Proposta foi apresentada ao vice-presidente Alckmin, após polêmica sobre a instalação, pela APS de Santos, de um pátio de caminhões na Ilha do Tatu
Redação
Publicado em 13/02/2025, às 15h50 - Atualizado às 16h32
Como tentativa de evitar a construção de um pátio de caminhões na Ilha do Tatu, o prefeito de Cubatão, César Nascimento, ofereceu ao governo federal uma área de 1 milhão de metros quadrados, pertencente ao município, para a instalação de um condomínio logístico. A proposta foi apresentada diretamente ao vice-presidente Geraldo Alckmin, durante audiência no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em Brasília, na quarta-feira (12).
A área industrial oferecida fica no Sítio dos Areais, no polo industrial de Cubatão, às margens da rodovia Cônego Domênico Rangoni, no litoral paulista. Segundo o deputado Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), presente ao encontro, a área oferecida já possui licenciamento ambiental e está preparada para receber empreendimentos, ao contrário da área da Ilha do Tatu, que é de preservação ambiental e possui núcleo residencial com mais de 40 mil pessoas.
O prefeito César Nascimento disse ao vice-presidente Alckmin, que também é titular do MDIC: "Estou vindo pessoalmente até ao senhor para apresentar esta proposta, como prova de que não somos contra o desenvolvimento do porto e da nossa região, mas Cubatão não pode sempre ficar com ônus deste progresso".
O deputado federal Paulo Alexandre Barbosa reforçou os argumentos do prefeito e destacou a inviabilidade do projeto na Ilha do Tatu, que já enfrenta resistência de órgãos como o Ministério Público. O governador Alckmin recebeu a proposta e afirmou que analisará o assunto com o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
A proposta do prefeito de Cubatão é uma resposta à polêmica gerada pelo anúncio da Autoridade Portuária de Santos (APS) de construir um pátio de caminhões na Ilha do Tatu, com capacidade para mais de mil caminhões. Em carta aberta, no final de janeiro, o prefeito César Nascimento destacou: “Reafirmamos que não somos contra a nova poligonal do porto de Santos, porém a atividade econômica que a APS quer instalar em Cubatão não contribui para o desenvolvimento do nosso município no local escolhido, na ilha do Tatu, área de preservação ambiental entre a interligação Anchieta-Imigrantes e a estrada Metalúrgico Ricardo Reis. Pelo contrário, causará sérios transtornos a milhares de famílias que vivem nos bairros estritamente residenciais como a Ilha Caraguatá, Jardim Casqueiro, Bolsões, Conjunto Rubens Lara e Parque São Luiz. Pesa ainda o fato de o nosso Plano Diretor não permitir tal atividade nessa área”.
A proposta do prefeito cubatense de oferecer uma área alternativa para a construção do pátio de caminhões é uma tentativa de resolver a polêmica e evitar a construção na Ilha do Tatu.
