PURA ADRENALINA

Morro do Santo Antônio: uma maré de adrenalina no litoral norte de SP

Morro do Santo Antônio recebe de peregrinos a aventureiros; local tem 345 metros de altura e é muito procurado para prática de voo livre

Estéfani Braz
Publicado em 26/02/2024, às 20h31 - Atualizado em 27/02/2024, às 08h50

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Voo livre é um dos atrativos do morro do Santo Antônio em Caraguatatuba - Samuel Monteiro / CVLC
Voo livre é um dos atrativos do morro do Santo Antônio em Caraguatatuba - Samuel Monteiro / CVLC

Seja para uma caminhada mais puxada ou para um dia simples de turismo, o morro do Santo Antônio é um dos pontos mais procurados de Caraguatatuba, no litoral norte. Ele é explorado, inclusive, por quem quer fazer ou pagar promessas e pendura suas fitinhas no entorno da estátua, e por aqueles que preferem se aventurar no voo livre.

É difícil que uma pessoa, que visite a cidade, não tire um tempo para conhecer o local, que tem 345 metros de altura e uma vista privilegiada, não só de Caraguatatuba, como também de parte das cidades de São Sebastião e Ilhabela. O visual é incrível.

Vista da baía de Caraguatatuba do Morro do Santo Antônio
Morro do Santo Antônio com vista da cidade de Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela - Estéfani Braz

A subida íngreme leva cerca de 40 minutos. Mas, olha, haja preparo físico. Com pequenas paradas, é possível chegar aos pés do santo, porém, se você tem algum problema respiratório mais grave ou é muito sedentário, o aconselhável é subir de carro. Se optar pelo veículo, tenha cuidado nas curvas, pois, além de encontrar pessoas subindo a pé ou de bike, elas são bem fechadas e vão exigir um pouco mais do motor (se for 1.0 então…).

O trajeto para chegar ao morro do Santo Antônio é feito pela avenida Brasil, seguindo até a rua Benedito Marcos de Souza e, depois, acessando a estrada - que leva o nome do local. O percurso tem cerca de 2km e leva cerca de 7 minutos de carro. O estacionamento oferta 15 vagas com limite de permanência.

VOO LIVRE

A prática de voo livre começou com a asa delta, em Caraguatatuba, ao final da década de 1970. A decolagem partia da antiga imagem, localizada no morro do Santo Antônio, cerca de 200 metros abaixo da atual. Em Caraguatatuba, os pioneiros na atividade foram Jordan, Caco, Derval Teixeira e Giba. Atualmente, a cidade conta com um Clube de Voo Livre de Caraguatatuba (CVLC), cuja equipe é responsável pelas duas rampas existentes no morro do Santo Antônio. O clube também promove aulas de asa delta e parapente, para quem deseja se habilitar. 

Aulas de voo livre são ministradas na cidade
Voo livre teve início na cidade no fim da década de 1970 - Samuel Monteiro / CVLC

AULAS 

Samuel Monteiro é presidente do clube e explica como é organizado. “Se você chegar numa rampa, vai ter um clube local lá que toma conta. A gente tem uma habilitação que é concedida pela Confederação Brasileira de Voo Livre. A gente tem um cadastro lá e cada rampa tem um clube local, que toma conta da rampa e organiza as habilitações do pessoal. Têm os instrutores credenciados que dão cursos”.

As aulas de voo livre são ministradas pelos instrutores associados ao clube e possibilitam aos alunos níveis de aprendizagem. A mudança de categoria acontece conforme o aluno adquire novas habilidades. O tesoureiro do clube, Sidney Santos, esclarece que é necessário avaliar individualmente. “Você não pode pegar um aluno e colocar uma vela cedo na mão dele para ele voar, porque ele ainda não tem habilidade, ainda mais no caso de entrar em  colapso, alguma coisa, e ele não saber sair”.

Rampa leste foi construída há pouco tempo em Caraguatatuba
Habilidades no voo livre contam como pontos para mudança de nível - Samuel Monteiro / CVLC

O número de aulas depende do desenvolvimento de cada aluno, mas, em média, são de 15 a 20 aulas, para que seja possível a realização de um voo com monitoramento. A partir daí, todo voo é registrado para que a pessoa possa mudar de categoria. É necessário ainda contar com boas condições climáticas, além da disponibilidade de tempo de cada aluno. 

Charles Sampaio é associado do clube e avalia que,  quando a pessoa permanece na cidade para realização das aulas, aprende mais fácil. “Aquele aluno que vem, faz a aula e continua aqui, aprende mais rápido. A aula não é só aqui embaixo. Quando precisa de alguém para descer o carro, o fato de você subir só para descer o carro, você já está fazendo uma aula, porque vai chegar lá em cima e vai precisar ajudar com o equipamento. Você vai ver o que o piloto vai estar fazendo. Vai aprender como está a condição do vento e do voo. Vai escutar toda a conversa dos pilotos e nisso você está aprendendo também”.

VOO DUPLO

Se as aulas de voo livre são mais procuradas pelos adultos, o voo livre chama a atenção das mais variadas faixas etárias. Para saltar, não há limite de idade, apenas é necessário uma avaliação do peso corporal,  por causa da estabilização do equipamento. O salto é realizado com um instrutor credenciado.

O voo tem um tempo estimado de 8 a 10 minutos e pode ser feito se as condições do tempo estiverem favoráveis. A equipe afirma que o horário mais recomendável, em Caraguatatuba, é na parte da manhã. Porém, o salto pode ser feito durante o dia todo se o clima permitir. O pouso é feito na praia do Centro. 

E não há limites, basta vontade. Segundo Samuel Monteiro, o perfil de pessoas que gostam de saltar é muito variado. “Já voamos com pessoas que se locomovem com cadeiras de rodas. As pessoas ajudam na hora de saltar e depois tem gente aqui no pouso também para ajudar. É muito bacana. É sensacional ver a reação deles. Tinha uma senhorinha de 95 anos que sempre saltava conosco também”.

O valor do voo livre por pessoa é de R$380. A compra pode ser feita na praia do Centro, próximo à estátua de Iemanjá.

Estéfani Braz

Estéfani Braz

Formada em Comunicação Social na Faculdades Integradas Teresa D'Ávila

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