RECLAMAÇÃO

Mato alto chega a mais de dois metros em ruas de Caraguatatuba

Situação reclamada por moradores ocorre em bairros carentes; em regiões nobres calçadas recebem tratamento diferenciado; prefeitura nega privilégio

Reginaldo Pupo
Publicado em 02/05/2024, às 11h50 - Atualizado em 03/05/2024, às 11h51

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Na rua Ribeirão Preto, na praia das Palmeiras, mato alto impede a circulação de pedestres na calçada - Reginaldo Pupo
Na rua Ribeirão Preto, na praia das Palmeiras, mato alto impede a circulação de pedestres na calçada - Reginaldo Pupo

Moradores de bairros da região sul de Caraguatatuba vêm se queixando das condições das ruas em que residem devido ao mato alto que toma conta de calçadas e chegam a invadir quintais de algumas casas. Com 3.877 casos de dengue confirmados [até 29 abril] na cidade, que vive uma epidemia, eles temem que a situação possa agravar a transmissão da doença, já que a vegetação também retém água.

A situação foi constatada pela reportagem nos bairros Porto Novo, Palmeiras, Aruan, Perequê-Mirim, Pegorelli e Travessão. Muitas das áreas onde o mato alto foi observado é área de charco, com muito lixo, especialmente latas, garrafas e recipientes com água parada.

Os bairros são cortados pela rodovia SP-55 (Rio-Santos), dividindo-os em duas partes, uma em direção à serra e outra em direção ao mar. Nesta segunda região, considerada mais nobre, apesar de o mato alto ocupar quase todas as ruas, a situação é um pouco melhor do que os bairros que estão voltados em direção à serra.

Na praia das Palmeiras, o mato chega a ultrapassar os dois metros de altura e dificulta o trânsito de pedestres pela calçada. É o caso da rua Amélia, onde um trecho de cerca de 50 metros do passeio público está tomado pelo mato. Na rua ao lado, a Ribeirão Preto, o matagal chega a invadir algumas residências. As duas ruas cruzam a avenida Gaspar de Souza, que está com o canteiro central tomado pelo mato.

A situação, porém, é diferente em bairros mais nobres, onde o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) é maior. Muitas das ruas e avenidas do bairro Indaiá, por exemplo, estão com os logradouros com o mato roçado, como é o caso das avenidas São Paulo e Alagoas.

Avenida São Paulo, no bairro Indaiá, região nobre da cidade, com mato roçado - Foto Reginaldo Pupo
Avenida São Paulo, no bairro Indaiá, região nobre da cidade, com mato roçado - Foto Reginaldo Pupo

A prefeitura de Caraguatatuba, no entanto, nega que haja algum privilégio para os bairros mais nobres. A municipalidade informa que os serviços são executados na mesma velocidade, sem distinção de bairros, dependendo do tamanho do bairro e os pontos viciados de recolhimento de entulhos. “[Em] bairros mais populosos, a tendência é de os trabalhos demorarem mais tempo”, argumenta a prefeitura, em nota.

A prefeitura afirmou ainda que realiza os serviços de limpeza e roçada todos os dias de norte a sul da cidade e que pelo menos 20 equipes divididas em seis setores realizam os serviços de segunda a sábado, divididas em turno. “São mais de 150 maquinários utilizados nos serviços, que incluem ainda Bota Fora para recolhimento de descarte irregular. Somente em 2023 foram 9.130 km de varrição mecânica de vias e logradouros e 23.121 km de varrição manual de guias, vias e logradouros”, destaca a prefeitura, em nota. “Importante ressaltar que a roçada é feita de guia a guia, sendo o morador responsável pela sua calçada”, finaliza.

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