O Brasil é o maior mercado de leite condensado do mundo, produto criado para resistir ao tempo e que ganhou fama por causa da Guerra Civil Americana
Ele é básico nas sobremesas brasileiras, especialmente, no tradicional brigadeiro, no pudim e no pavê. Assim é o leite condensado, que, apesar do nome, não passa por condensação, mas sim, por evaporação. Ele recebe este nome para não ser confundido com o leite evaporado, que é a sua versão sem açúcar. E o Brasil é seu maior mercado consumidor.
Essa delícia foi criada em 1853, pelo empresário norte-americano Gail Borden Jr., que pretendia aumentar a vida útil do leite, muito perecível e que estragava no caminho da fazenda até as casas. É bom lembrar que a pasteurização só seria inventada na década seguinte, e a história dos refrigeradores ainda estava no seu início.
Porém, foi a partir de 1861 que o produto ganhou fama e popularidade, graças à Guerra Civil Americana. Por causa da longa data de validade e do fácil transporte, as latinhas do mesmo tamanho das atuais (395g) foram enviadas como suprimentos para os soldados no front. Ele era ideal, também, graças às suas 1.300 calorias; 80 gramas de proteínas e gorduras e 200 gramas de carboidrato, sendo uma ótima fonte de energia.
Quando os soldados voltaram para suas casas, contaram às famílias sobre o tal leite de latinha. Todos queriam experimentar. Então, o produto chegou ao mercado. Não demorou muito para aportar aqui no Brasil. Um anúncio publicado no Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial da Corte e da Província do Rio de Janeiro mostra que o produto já era vendido no país em 1871.
Os primeiros carregamentos de leite condensado chegaram ao Brasil no final do século XIX, juntamente com a farinha láctea, ambos trazidos pela Nestlé. Inicialmente, o famoso Leite Moça era usado apenas como bebida (reconstituído com água). Como podia ser armazenado por um longo tempo, virou produto precioso em tempos de escassez de leite, como na Primeira Guerra Mundial.
Mais tarde, em um reposicionamento de mercado da marca, ele começou a ser usado no preparo de doces e ganhou então uma força extraordinária entre as donas-de-casa brasileiras. Em 1921, com a construção da primeira unidade industrial da Nestlé, em Araras, no interior paulista, a produção tornou-se nacional. Em pouco tempo, o Brasil converteu-se no maior mercado mundial de leite condensado, posição que mantém até hoje.
A paixão nacional pelos doces, herdada dos portugueses, e associada ao gosto pelas compotas e frutas, herança africana, acabou por transformar o Leite Moça em um dos produtos mais populares e conhecidos do Brasil, exportado para diversos países.
++Por uma vida mais doce; veja curiosidades sobre o mel, além de dicas e receitas
E como se produz atualmente esse leite condensado, que, na verdade, é evaporado? Primeiramente, o leite é centrifugado para remover as impurezas e, depois, pasteurizado a 75° C por 20 segundos. Ele então recebe açúcar, que ajuda na conservação. Vai para um evaporador a vácuo, no qual fica a temperaturas de 50° C a 70° C. Isso retira 60% da água. Só não pode ferver para não alterar a cor, o sabor e as características nutricionais. Depois de esfriar, recebe lactose em pó.
Pudim de Chocolate - ingredientes:
Preparo: Leve o açúcar com a água ao fogo baixo até que forme uma calda dourada. Coloque em uma forma de furo no meio (22 cm). Reserve. Bata os ingredientes do pudim no liquidificador, coe em uma peneira e coloque sobre a calda na forma. Cubra com papel alumínio. Leve ao forno pré-aquecido a 200°C, em banho-maria, por cerca de 1 hora ou até estar firme.
Cheesecake de goibada - ingredientes:
Massa base:
Para o recheio:
Cobertura:
Preparo:
Base: triture a bolacha e misture a margarina derretida e as raspas de casca de limão. Forre o fundo e as laterais de uma forma de fundo removível média (25cm) com a massa de biscoito. Reserve.
Recheio: bata o cream cheese na batedeira até amaciar. Junte o açúcar e bata mais. Acrescente a baunilha, o leite condensado, o suco de limão e os ovos. Deixe incorporar completamente. Despeje o recheio na forma forrada com a massa. Leve para assar em banho-maria em forno pré-aquecido a 180°C por cerca de 1 hora, ou até estar com a superfície dourada. É preciso forrar a forma por fora com papel alumínio para que não entre água do banho-maria. Depois de assada, leve à geladeira por pelo menos três horas. Desenforme e coloque a calda de goiabada.
Para a calda: pique a goiabada e misture com a água. Leve para derreter no micro-ondas,
ou na panela em fogo baixo.
Matéria produzida para a Revista Beach&Co - Edição 147/Setembro 2014; a autora é jornalista, cronista, gastrônoma, sommelièr e coautora do Livro Santos Paladares.