Amorim ficou conhecido durante sua participação no programa Manhattan Connection; ele palestrou no evento Inove, no Litoral Plaza Shopping
Esther Zancan
Publicado em 22/11/2024, às 15h18
A segunda edição do evento Inove, no Litoral Plaza Shopping, em Praia Grande, além de divulgar a chegada da rede Hard Rock Cafe ao litoral de São Paulo, ofereceu ao público uma palestra do economista Ricardo Amorim, considerado um dos mais influentes do Brasil, segundo a revista Forbes, e que participou, por 18 anos, do programa Manhattan Connection.
Amorim falou sobre o atual momento da economia brasileira, que vive a expectativa do anúncio, nos próximos dias, por parte do governo federal, de um pacote de corte de gastos. Dependendo do que for anunciado, a notícia deve impactar positivamente, ou negativamente, a economia como um todo. O economista se mostrou otimista quanto ao anúncio. “Se a economia afunda, o governo afunda. Lula não quer que seu governo seja um Dilma 3”, se referindo aos mandatos da ex-presidente Dilma Rousseff.
A expectativa de Amorim é que o corte anunciado seja por volta de R$ 50 bilhões, o que representa apenas 0,5% do PIB brasileiro. Para fator de comparação, a Argentina cortou o equivalente a 6% de seu PIB. O economista também prevê que o Copom (Comitê de Política Monetária) suba a taxa de juros em 0,75% na próxima reunião. O aumento na taxa de juros ocorre devido ao aumento da inflação, que está sendo pressionada pela subida do dólar, que já chegou àa casa dos 20% este ano.
Amorim também explicou que, situações internacionais, como a vitória de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, os conflitos entre a Rússia e Ucrânia e no Oriente Médio, afetam a economia brasileira. Ele lembrou que, entre os Brics (grupo de países de mercado emergente), o Brasil tem recebido a atenção de investidores, pois é um momento em que estão tirando dinheiro que estava na Rússia e na China, e investir na Índia, muitas vezes, tem saído mais caro que investir nos Estados Unidos. “O Brasil está ganhando por W.O.”, comparou Amorim, referindo-se ao termo futebolístico em que um time ganha porque o adversário não conseguiu disputar a partida, e não por ter sido melhor.
Sobre a economia da Baixada Santista, o economista destacou que o aumento do agronegócio tem impactado de maneira positiva a economia da região, já que grande parte da produção do interior do país escoa pelo Porto de Santos. Outro fator que tem contribuído para uma boa perspectiva da economia da Baixada, segundo ele, é a mudança de hábitos pós-pandemia, que possibilitou que muitas pessoas adotassem o modelo de trabalho a distância. Houve aumento na procura por cidades com mais qualidade de vida, a exemplo dos municípios da Baixada Santista e de todo o litoral brasileiro. Tais condições permitem que o dinheiro circule mais na região, o que influi positivamente no comércio, a exemplo dos shoppings centers.
Esther Zancan
Formada pela Universidade Santa Cecília, Santos (SP). Possui experiência como redatora em diversas mídias e em assessoria de imprensa.