SAÚDE

Baixada Santista não vacina nem 5% da população contra a dengue

Os maiores índices de pessoas vacinadas são de Mongaguá e Cubatão (30,58%) e (10,21%) respectivamente; especialista reforça a importância da vacinação

Rodrigo Florentino
Publicado em 20/05/2024, às 14h40

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Apesar da epidemia de dengue, a baixa procura pela vacina se reflete nos números - Joao Paulo Burini/Getty Images
Apesar da epidemia de dengue, a baixa procura pela vacina se reflete nos números - Joao Paulo Burini/Getty Images

Mesmo com a epidemia de dengue que ocorre em todo o Brasil, as pessoas não aproveitam a oportunidade de receber a vacina contra a doença. De acordo com os dados coletados até a quarta-feira (15), no painel de monitoramento do governo estadual, a Baixada Santista não atingiu nem 5% de cobertura de pessoas aptas ao imunizante.

Bertioga teve um percentual de 3,86%, enquanto Santos registrou um índice de vacinação de 3,67%. Na sequência, vêm Praia Grande (3%); Guarujá (2,73%); Itanhaém (2,6%); Peruíbe (1,02%) e São Vicente, que aplicou apenas 329 doses em 10 dias de imunização. Os maiores índices da região ficam com Mongaguá e Cubatão, com 30,58% e 10,21% de vacinados, respectivamente.

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Importância da vacina

De acordo com o Dr. Marcelo Bechara, médico e clínico geral, a vacinação e o saneamento básico foram revolucionários na medicina, no século passado. "Naquela época, as pessoas viviam cerca de 40 anos e, atualmente, passam dos 80 anos. Com a possibilidade da imunização, atrelada ao saneamento básico, foram erradicadas diversas doenças. Um exemplo disso é a poliomielite, que quase não existe mais; além da varíola, difteria, tétano e hepatite B, que, nos dias de hoje, há poucos casos", explica ele.

Segundo o profissional, a ideia de uma campanha de vacinação contra a dengue é a mesma: acabar com a propagação da doença. "Quanto mais pessoas vacinadas, menor o ciclo de transmissão da enfermidade. Porém, se os cidadãos não se vacinam, a situação se repete. Caso continue desta forma, daqui uns anos, acontecerá mais uma epidemia de dengue, pois é uma situação cíclica. Para evitar que isto aconteça, é importante a imunização em massa", diz o Dr. Bechara.

Perguntado sobre a que se deve a baixa adesão, o médico credita à falta de informação, principalmente na saúde pública, e também aos movimentos antivacinas, que vêm se ampliando desde a imunização contra a covid-19, e que pode influenciar negativamente contra a imunização. Para ele, a solução está na "grande divulgação da vacinação, que  precisa ser feita de maneira maçica, em veículos de comunicação convencional, como TVs, rádios, internet, jornal e, enfaticamente, nas redes sociais, sugere o profissional.

Rodrigo Florentino

Rodrigo Florentino

Formação e faculdade: Comunicação Social (Jornalismo) - Universidade Santa Cecília (Unisanta)

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