Escola fantasma segue preocupando vizinhos no litoral de SP

Desativado há seis anos, prédio de ex-escola, em Santos, já foi ‘mercadão de furtadores’; agora, vizinhança se preocupa com reforma que não evolui

Redação
Publicado em 28/02/2024, às 14h25

Obras previstas para conclusão em 15 meses estão paradas - Imagem: Portal Costa Norte

Alvo de uma série de furtos, há pouco menos de um ano, o prédio desativado da ex-escola estadual Professor Cleóbulo Amazonas Duarte, na Encruzilhada, em Santos, continua a preocupar moradores do entorno - agora, por obras, ou melhor, a falta delas, que, segundo a vizinhança, parou há cerca de dois meses.

A antiga escola foi desativada e o prédio passou a sediar a Diretoria Regional de Ensino, por sua vez, transferida para o centro da cidade. No início de 2023, o edifício foi cedido pelo governo estadual à prefeitura santista - que anunciou uma ampla reforma, com prazo de 15 meses para ser concluída.  O projeto, anunciou a prefeitura santista na época, é transferir a Dino Bueno, instituição de ensino municipal do mesmo bairro, para o prédio reformado e transformá-la em uma escola de tempo integral.

Em janeiro de 2023, a prefeitura de Santos informou: “A reforma do prédio busca adequar o edifício às exigências atuais das legislações vigentes como acessibilidade, sistema de combate a incêndio, para-raios, sistemas de informatização e climatização. Espaços de atividades como salas de aula, salas de artes, auditório, biblioteca, quadra de esportes e playground, vão ganhar novo dimensionamento e estrutura”. 

No entanto, cerca de alguns meses do início das obras, vizinhos ao prédio afirmam que elas estão paradas.

[As obras] começaram, ficou dois meses e parou de novo. com tempo parada mesmo”, disse ao Portal Costa Norte, nesta quarta-feira (28), um controlador de acesso de um prédio vizinho. “Ficou um pouquinho no final do ano passado, né? E aí, chegou em janeiro, e parou. Não dá pra perceber nenhuma diferença. Assim, o prédio a mesma coisa que era antes”.

Um morador de um dos vários edifícios existentes na mesma rua, a Guedes Coelho,  afirma que, além disso, há excesso de entulho no estacionamento da edificação, inclusive, jogados por cima das raízes de árvores frutíferas (cajá-manga), com décadas de existência no local.

Procurada, a prefeitura de Santos não respondeu aos questionamentos sobre possível  atraso no cronograma das obras; quando a nova escola será entregue ou por que há acúmulo de entulho no prédio, numa época de proliferação da dengue.

Obras não avançam, mas furtos despencaram, diz vizinhança

Não é a primeira vez que o prédio da velha escola torna-se motivo de apreensão para a comunidade que o cerca. No final do primeiro semestre de 2023, o prédio foi depenado por furtadores, após passar da tutela do governo do estado para a prefeitura e ficar sem zelador. Há relatos de furtos de portões, prateleiras, equipamentos eletrônicos, ventiladores, fios, tubulações, tapumes, botijões e muito mais. Uma imagem da época, obtida pela reportagem, mostra a escola sem o portão.

Escola sem o portão, em maio de 2023. Imagem: Reprodução / Google Maps

Após matéria do Portal Costa Norte,  naquele período, a prefeitura aumentou a segurança e vigilância no entorno da escola. Em maio daquele ano, onze pessoas foram detidas no perímetro do prédio escolar desativado. O controlador de acesso ouvido pela reportagem afirma que, apesar de as obras não andarem, não tem ouvido relatos de novos furtos, tampouco os testemunhado.

A reportagem segue acompanhando o caso. Caso a prefeitura santista se manifeste, esta publicação será atualizada ou um desdobramento será divulgado neste mesmo espaço. 

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