Aldeia guarani Rio Silveira fica entre Bertioga e São Sebastião; veja como realizar o passeio, que promete uma imersão cultural
Redação
Publicado em 22/02/2024, às 14h19 - Atualizado às 14h31
Uma opção de passeio no litoral de São Paulo, que foge à tradicional trinca praia, sol e mar, é a visita à aldeia guarani Rio Silveira, localizada na divisa entre as cidades de Bertioga e São Sebastião. Uma verdadeira oportunidade para uma imersão em outra cultura, o passeio inclui rituais, danças, produção e experimentação de comida típica, além de trilhas para uma cachoeira, proporcionando uma experiência refrescante e ensinamentos ancestrais sobre a natureza. A reserva indígena é subdividida em cinco núcleos habitacionais e se constitui em um registro vivo da história do Brasil.
Segundo o historiador Cadu de Castro, que trabalha com comunidades indígenas há 19 anos, o turismo de base comunitária é feito com os líderes de alguns núcleos da aldeia, que levam as pessoas para conhecerem a casa de reza. Cadu explicou que, no local, os visitantes realizam um bate-papo com o líder espiritual sobre a cultura e, principalmente, sobre a religiosidade guarani.
Ainda de acordo com o historiador, os rituais religiosos que acontecem diariamente nas casas de reza são extremamente importantes. Há ainda outros rituais, como o batismo de alimentos e a celebração do ano novo guarani. A relação com a floresta, por parte dos membros da aldeia, é espiritual, por viverem em um sistema sustentável e serem conhecidos por proteger a natureza.
Cadu acrescentou que, durante a visitação, os indígenas apresentam algumas danças e cânticos, realizados durante os rituais diários. “A dança do tangará é uma dança feminina, e a dança dos Xondaro é o treinamento do guerreiro guarani. Em alguns núcleos, têm a prática de arco e flecha, peteca e banho de cachoeira, então pode variar de núcleo para núcleo, as atividades que acontecem durante a vivência na aldeia”, explicou.
Os guaranis estão entre os povos que mais preservam a língua e outros costumes, que chamam de nhanderekó, a cultura guarani, de acordo com Cadu. Ela é compartilhada em todas as aldeias guaranis, sendo importante o conhecimento da língua materna, além de, na escola, começarem a aprender o segundo idioma, o português.
O modo de vida guarani conta com diversas atividades, como a produção do artesanato, a atividade da caça, da pesca e a agricultura. Esta vem sendo cada vez mais realizada, mantendo suas raízes com o cultivo de palmito e plantas ornamentais, segundo o Plano Diretor de Turismo de Bertioga (2020). Entre as fontes de renda, existem aqueles que trabalham nas escolas e postos de saúde da própria aldeia, aqueles que produzem artesanato, e o próprio turismo, desenvolvido com protagonismo e autonomia da comunidade.
Localizada dentro de uma área de Unidade de Conservação Permanente, que é o Parque Estadual Serra do Mar, em um território de mais de nove mil hectares, entre o oceano e o litoral norte paulista, a aldeia tem condições de manter sua cultura e receber turistas, durante o ano, em visitas agendadas e autorizadas pelas prefeituras de Bertioga e de São Sebastião, bem como pela Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e pelo cacique Adolfo.
A entrada principal da aldeia é pela avenida Tupi Guarani, na altura do km 183, da rodovia Rio-Santos. Para a visita, é possível entrar em contato com o cacique Adolfo, pelo telefone (11) 94231 7570 e pelos seguintes contatos:
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