Entenda como será construído o túnel Santos-Guarujá por baixo do mar

Módulos de concreto pré-moldados serão construídos fora da água, antes de serem colocados na interligação da megaestrutura, no fundo do leito oceânico

Redação
Publicado em 17/03/2024, às 08h40 - Atualizado às 09h43

Túnel ligará as regiões de Outeirinhos e Macuco, em Santos, ao bairro Vicente de Carvalho, em Guarujá - Divulgação/Vou de Túnel

O projeto para a construção de uma ligação seca, entre as cidades de Santos e Guarujá, prevê a construção de um túnel de 870 metros de extensão, instalado embaixo do mar. Com profundidade de 21 metros, este será o primeiro túnel da América Latina, com tal engenharia. Atualmente, a ligação ocorre por meio de balsa e por cerca de 40km de rodovia.

A estrutura será composta por seis módulos de concreto pré-moldados, construídos em uma doca seca. Em seguida, os módulos serão “mergulhados” na água, para o teste de vedação e impermeabilidade. A seguir, as partes serão transportadas, por flutuação, até o local no qual o túnel será instalado, no fundo do leito oceânico.

 

O trecho ligará as regiões de Outeirinhos e Macuco, em Santos, ao bairro Vicente de Carvalho, em Guarujá. O estudo de mobilidade do projeto concluiu que a localização mais adequada do túnel é no centro do canal, em atendimento às necessidades logísticas da região.

De acordo com o governo de São Pauo, as demandas atuais e futuras de viagens, conectando as áreas de maior geração de tráfego nas duas cidades da Baixada Santista, balizaram a formatação da proposta para a ligação seca. O empreendimento ainda permitirá a integração dos sistemas de transportes públicos na região. Além da passagem de veículos, o túnel contará com uma área de circulação para ciclistas e pedestres, instalada entre as seis vias de pista – três faixas por sentido, uma delas adaptável ao VLT (veículo leve sobre trilhos).

Confira as etapas da construção:

Sobre o túnel

Qualificado no Programa de Parcerias de Investimentos do estado de São Paulo (PPI-SP) e integrado ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o projeto do túnel imerso prevê investimento total de R$ 5,96 bilhões. Deste total, 86% deverão vir de aporte público dividido igualmente entre o governo de São Paulo e a União, além de participação da iniciativa privada.

A futura parceira privada será responsável pela construção, operação e manutenção do túnel, que vai solucionar um dos maiores gargalos logísticos do país. A ligação entre as duas principais cidades da Baixada Santista  permitirá o tráfego de veículos de passeio, caminhões e transporte público, além de bicicletas e pedestres em vias segregadas. A solução viária também amplia possibilidades de desenvolvimento e expansão do porto de Santos.

O empreendimento é uma demanda centenária da população da Baixada Santista e vai reduzir o tempo de deslocamento entre os dois municípios. Atualmente, mais de 21 mil veículos cruzam diariamente as duas margens, por barcos de pequeno porte (catraias) e as balsas, além de 7,7 mil ciclistas e 7,6 mil pedestres.

TÚNEL SANTOS-GUARUJÁ

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