ABSURDO

Estudante de Universidade Federal é alvo da polícia após usar imagem de Hitler em aniversário

Acadêmica do curso de História comemorou aniversário com bolo temático de Hitler

Da redação
Publicado em 19/10/2021, às 11h00 - Atualizado às 12h33

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Deputada Estadual abriu representação contra estudante no Ministério Público (MP)  Bolo rosa adornado com chantilly branco e uma imagem de Adolf Hitler no meio, com uma suástica no braço - Reprodução/Web
Deputada Estadual abriu representação contra estudante no Ministério Público (MP) Bolo rosa adornado com chantilly branco e uma imagem de Adolf Hitler no meio, com uma suástica no braço - Reprodução/Web

Uma estudante da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) virou alvo do Ministério Público (MP) após utilizar a imagem do líder nazista, Adolf Hiltler, como decoração de bolo de aniversário.

A conduta delituosa partiu de uma acadêmica do curso de História, no dia 25 de setembro, porém, ganhou repercussão recentemente após uma deputada estadual, Juliana Brizola (PDT), elaborar a representação contra a estudante junto ao MP.

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A própria estudante, de 24 anos, publicou as fotos de seu aniversário em suas redes sociais, fornecendo material contra si mesma.

A deputada irá entregar a representação na quinta-feira (21), ao procurador-geral de Justiça, Marcelo Dornelles. O documento indicará práticas criminais com base na lei federal 7.716/1989, que versa sobre “os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor”. 

Hitler

Adolf Hitler foi o líder da Alemanha Nazista, regime político responsável pela morte de milhares de pessoas durante a Segunda Guerra Mundial. Os nazistas possuem como símbolo uma suástica.

A lei federal 7.716/1989, no artigo 20 da norma, inciso 1º, caracteriza como conduta ilegal “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”, sob pena de dois a cinco anos de reclusão e multa.

A representação de Juliana Brizola relata:

“Em tempos de proliferação do discurso de ódio, manifestações neonazistas e racistas têm surgido em diversos setores da sociedade. (...)

É inadmissível e intolerável qualquer manifestação, sob um falso argumento de liberdade de expressão, que faça apologia ao nazismo. Estes símbolos trazem consigo as ideias de intolerância, ódio, racismo e extermínio do outro e não podem, de forma alguma, serem admitidos. (...) Não há como se falar em um simples ato inocente, e a ação estatal deve coibir com energia”.

A Universidade Federal de Pelotas (UFPel) manifestou-se em nota:

“Uma universidade precisa ser um espaço de apoio a todas as pessoas, garantindo direitos, valorizando a vida. A UFPel é contra qualquer forma de enaltecimento ao nazismo, ao fascismo e a autores de crimes contra a humanidade.

Em dias tão tristes como os que estamos vivendo, de pandemia, de afastamento e de crise de valores, precisamos cuidar de nós, cuidar das pessoas à nossa volta, assim como daqueles e daquelas que necessitam do nosso apoio. Nesse sentido, a UFPel está acompanhando e averiguando os fatos ocorridos recentemente com a cautela necessária, também para que não aconteçam atos injustos, devido a análises intempestivas de nossa parte”. 

Porém, a reitora Isabela Andrade distribuiu uma nota complementar através de sua assessoria de imprensa, onde alega: “Repudiamos qualquer apologia ao nazismo ou qualquer outra forma de discriminação.

Além disso, tendo em vista que o fato não ocorreu nas dependências da universidade e nem em qualquer atividade acadêmica, ao recebermos a notícia dos fatos, encaminhamos imediatamente à autoridade policial para as providências adequadas”.

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