EDUCAÇÃO

De pais para filhos: quatro caminhos para ensinar crianças a lidarem com dinheiro

Os pais devem levar para seus filhos temas relacionados ao dinheiro e educação financeira, principalmente nesse período de férias e de alta do consumo

Da redação
Publicado em 24/11/2022, às 11h42 - Atualizado às 12h12

FacebookTwitterWhatsApp
CRIANÇA - Reprodução/PxHere
CRIANÇA - Reprodução/PxHere

Em um período cheio de incertezas econômicas é fundamental o debate sobre o papel dos pais no desenvolvimento da educação financeira dos filhos. Isso, principalmente, pelo fato de que não é mais possível se omitir sobre esse tema. E cada vez vemos mais pessoas que crescem e se tornam endividados e inadimplentes.

"Diante de um cenário de consumismo desenfreado, população endividada ou frustrada por não conseguir realizar seus sonhos, ensinar como lidar com dinheiro e anseios para crianças e jovens tornou-se um dos principais desafios de pais. Lembro que as famílias têm papel fundamental no significado que os filhos atribuem ao dinheiro e a forma como se lida com seus recursos financeiros pode influenciar a maneira como a criança irá administrar seus bens no futuro", explica Reinaldo Domingos, PhD em Educação Financeira.

Ele conta que muitos pais, que não receberam orientações dessa natureza, encontram dificuldades em transmitir esse tipo de conhecimento.

Um dos caminhos para famílias educarem financeiramente seus filhos é estimular que eles identifiquem seus sonhos de curto, médio e longo prazos, ensinando-os a investigar quanto custa cada um deles e, junto com os pais, começarem a poupar. Reinaldo Domingos preparou quatro orientações de como os pais podem educar financeiramente os filhos:

Comece cedo 

É uma característica das crianças serem muito observadoras e cedo começam a perceber a importância que o dinheiro tem na vida dos pais e, em paralelo, estabelecerem seus desejos de consumo. Assim, a partir da percepção deste entendimento, que ocorre normalmente por volta dos três anos, já deve ter início a educação financeira.

Frequentemente eles observam os adultos entregarem dinheiro, cartões, cheques em vários locais em troca de mercadorias. Ou seja, observam a troca das coisas que se quer ter pelo dinheiro. Ao mesmo tempo crianças e jovens estão expostos às mensagens publicitárias que estimulam o desejo de ter. São duas forças importantes que movimentam a sociedade e, portanto, precisam ser bem compreendidas.

Combata o consumismo

O antídoto para os possíveis efeitos nocivos do estímulo ao consumo é envolvê-los nas decisões familiares sobre os gastos, colocando os sonhos em primeiro lugar. Temos de mostrar que é preciso ter objetivos, fazer escolhas e que nada é mágico, porém, tudo é possível, desde que o dinheiro seja usado com foco e sabedoria.

Dessa forma, as crianças e jovens logo compreendem que acordos não significam negação, mas sim negociação. Eles perceberão que é possível ter, porém, nem sempre no momento que se quer. Essa prática também ajuda a aliviar o sentimento de culpa de muitos pais porque, nesse exercício, eles também aprendem a se reeducar financeiramente e deixam de ver o dinheiro - ou o poder de comprar - como uma válvula de escape para suprir lacunas em outros aspectos da vida.

Combata a falta de educação financeira 

Uma criança que não é educada financeiramente trará grandes problemas de descontrole para os pais, por querer tudo que vê e fazer ‘birra’. A exposição das crianças às ações publicitárias faz com que estas se tornem consumistas cada vez mais cedo.

Hoje a criança é elevada ao status de consumidora sem estar preparada. E a publicidade se utiliza de propagandas apelativas, que causam desejos imediatos nas crianças de possuir o produto, e isso não significa necessariamente que essa criança é excessivamente consumista, pois esse desejo será rapidamente esquecido.

Uma situação que indica uma criança excessivamente consumista é quando ela gasta todo seu dinheiro ganho com mesadas e logo pede mais dinheiro para seus pais. Porém, não existe um índice que mostre qual o grau que esse problema atingiu.

Seja o exemplo

Os pais são referências para os filhos. Ocorre que cada família deve ter seus valores, mas mesmo assim é necessário cuidado. Se a criança vê os pais comprando sem parar, vão tender a seguir esse exemplo e acabar ficando desta forma.

Assim, é fundamental ter muito cuidado com o exemplo que os familiares passam, e desde cedo demonstrar que a felicidade não está associada ao consumismo desenfreado, e sim na atitude de atingir seus objetivos. No caso do exemplo externo, a família também terá um papel de grande relevância, que é o de estabelecer os limites para esta atitude.

Os pais podem reforçar ou não a atitude consumista da criança e se o comportamento da criança não mudar nesse primeiro momento é muito provável que ela se torne um adulto sem limites nos seus gastos.

Comentários

Receba o melhor do nosso conteúdo em seu e-mail

Cadastre-se, é grátis!