Localizadas em uma mesma área, trilhas levam a belíssimas praias; roteiro inclui comunidade tradicional, ilha e cachoeira e o passeio pode ser monitorado
Eleni Nogueira
Publicado em 20/03/2025, às 13h56
A beleza da natureza em todas as suas facetas. Muito verde, flores de variadas cores e espécies, água límpida para nadar e o som de pássaros e outros animais. Difícil ficar indiferente às trilhas existentes no litoral de SP, que garantem muitas histórias para contar de um fim de semana onde a palavra “rotina” é simplesmente banida do dicionário. E se, em um único roteiro, for possível percorrer três trilhas em meio à Mata Atlântica e conhecer três praias? Sim, isso é possível no Guarujá, na divisa com Bertioga, no litoral de São Paulo.
A primeira trilha, já no sopé da Serra do Guararu (ou Rabo do Dragão, como é conhecida) é a da Prainha Branca, com início ao lado da travessia de balsa Guarujá-Bertioga, no final da estrada Ariosvaldo de Almeida Viana. Uma charmosa portaria, com pintura de artista local sinaliza o início da trilha de 2km, totalmente calçada. São cerca de 20 minutos de caminhada e ao longo do caminho há algumas placas com informações sobre a vegetação e história do vilarejo, marcado por casas de caiçaras que operam o turismo local, com campings, pousadas e restaurantes.
A praia é famosa pela areia clara, que faz jus ao nome, e o mar de águas transparentes. Uma ilha, com acesso possibilitado em momentos de maré baixa, garante um cenário digno de cinema. O entorno da praia, de cerca de 1.2 metros, é sombreado pela vegetação e há trechos com restinga preservada.
No canto direito da Prainha Branca, próximo à ilha, começa a trilha que leva à praia Preta, com 400 metros e início junto à costeira, bem ao lado do restaurante Recanto da Ilha. Não há sinalização, mas o acesso é visível e sempre tem turistas no caminho; são cerca de 20 minutos de caminhada em terra batida, com subidas e descidas, até alcançar a praia semideserta com alguns trechos de areia preta e paisagem deslumbrante.
O acesso à praia de Camburizinho pode ser feito por duas trilhas. A maior delas, que margeia todo o costão rochoso da Serra do Guararu, exige cerca de meia hora de caminhada ininterrupta, tendo como ponto máximo o cume da montanha (mais de 300 metros de altitude). Com cerca de quatro quilômetros (ida e volta), a trilha é mais cansativa que as demais, exigindo do visitante destreza para caminhar por entre pedras, barro molhado e piscinas naturais.
A trilha é bastante estreita e permeada de galhos de árvores e arbustos entrecortados, o que, muitas vezes, confunde a visão. Ter jogo de cintura e olhar atento é importante, uma vez que há barrancos e deslizes de terra em alguns trechos da passagem. No meio do caminho, há duas piscinas naturais (igarapés), que proporcionam água cristalina proveniente da nascente da serra, gelada e límpida; é possível fazer uma pequena parada para beber água e recuperar o fôlego.
O resultado da aventura na mata não deixa a desejar, pois, ao final da subida, é possível deparar-se com uma linda cachoeira, em meio à sombra das árvores da serra, e tomar um banho de água gelada ao som de grilos, pássaros e maritacas. Na descida, que pode ser feita pelas pedras paralelas à cachoeira, ou por trilha na mata, é possível encontrar um bolsão de terra circundado por uma lagoa, que desagua na praia.
Os passeios podem ser feitos de forma individual ou monitorados e em grupo, com orientações, indenficação de espécies de plantas e animais, além de histórias e curiosidades sobre a região. O serviço é ofertado pelo grupo de Monitores Ambientais da Prainha Branca, e há dois tipos de monitoria: estudo e de turismo, com pacotes que variam de R$ 350 a R$ 600. O agendamento pode ser feito pelo telefone (13) 99709 1141, falar com Claudenice. Veja os roteiros:
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Eleni Nogueira
Jornalista formada em Comunicação Social na Universidade Braz Cubas