OCORRÊNCIAS

Violência contra a mulher aumenta 44,9% durante pandemia

Dados da Polícia Militar são referentes ao estado de São Paulo; Instituto Maria da Penha promove campanha de conscientização

Da Redação
Publicado em 14/05/2020, às 10h06 - Atualizado em 23/08/2020, às 22h58

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Reprodução/Youtube
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Um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) apontou que o número de casos de violência contra a mulher aumentou em seis estados: São Paulo, Acre, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Pará.

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O número tem base na comparação entre os meses de março a maio em 2019 e 2020. Só no Estado de São Paulo, a Polícia Militar percebeu aumento de 44,9% nos casos de violência  contra a mulher. Saltou de 6.775 ocorrências para 9.817. Os casos de feminicídio também subiram de 13 para 19 (46,2%).

A presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo, Raquel Kobashi Gallinati Lombardi, explica que o isolamento social protege da contaminação, mas traz alguns efeitos colaterais que precisam ser prevenidos. "Com famílias inteiras trancadas 24 horas por dia em suas casas, o convívio pode fazer com que os agressores sejam ainda mais intimidadores – afinal, eles estarão dentro de casa durante o dia inteiro. Existe o risco de a convivência intensificar a violência aumentando a tensão dentro de casa".

Imagem acervo site

Raquel também afirmou que, quando as pessoas são confinadas e isoladas em um local por longos períodos, os abusadores encontram o ambiente propício para exercer seu poder de intimidação e violência. "As mulheres também ficam privadas de muitas das suas estratégias diárias para fugir da relação abusiva, como o ambiente de trabalho e as redes de amigos e familiares. Presa em casa, suas possibilidades de socorro ficam limitadas", declarou.

Uma campanha criada pelo Instituto Maria da Penha ilustrou bem a situação. Na peça intitula "Call", criada pelas agências F.biz e Vetor Zero, um grupo de pessoas reúne-se em uma videoconferência para discutir o trabalho. Uma mulher nota o comportamento estranho da colega de trabalho e pergunta se está tudo bem. Ao fundo, o marido bebe uma cerveja e supervisiona a esposa. A vítima avisa à colega que foi agredida e a polícia é acionada discretamente.

A cofundadora e superintendente-geral do Instituto Maria da Penha, Conceição de Maria, declarou: "Lidamos diariamente com a violência doméstica. Mas o confinamento deu mais visibilidade a ela. Daí a importância de conscientizar e informar sobre como identificar as situações de violência, quais os canais de denúncia e de que modo cada um de nós pode ser parte da rede de apoio às vítimas".

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