Crime ambiental

Três mil pés de palmitos-juçara são cortados ilegalmente em Bertioga

Palmeira demora de oito a dez anos para atingir a maturidade. Espécie corre risco de extinção

Da Redação
Publicado em 21/01/2019, às 14h03 - Atualizado em 23/08/2020, às 18h20

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Divulgação/Fazenda Acaraú
Divulgação/Fazenda Acaraú

Em Bertioga, três mil pés de palmitos-juçara, de tamanhos variados, entre nove e 20 anos, foram cortados ilegalmente e furtados da Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN Hércules Florence, área  com mais de 700 hectares, pertencente à Fazenda Acaraú, localizada em Bertioga. 

O crime, registrado na delegacia de polícia, foi descoberto no dia 18, durante uma vistoria na área, realizada por uma equipe da RPPN. Segundo funcionários, a ação deve ter sido praticada ao longo dos últimos dois meses. 

A bióloga Celina Yoshihara classificou o ocorrido como "uma perda inestimável para natureza da região". Ainda segundo ela, a equipe da Fazenda Acaraú irá realizar a semeadura da espécie  (Euterpes edulis), na mesma área do ocorrido, durante a próxima temporada de maturação, que deverá ter início em abril.

A espécie 

Celina Yoshihara  explicou que o palmito-juçara possui o crescimento lento e só atinge a maturidade produzindo sementes viáveis após 8-10 anos de vida. Apesar de pertencer à mesma família do açaí, não nasce em formato de touceiras e vem a óbito após o corte para a retirada do “creme” (parte mais consumida dessa palmeira, pertencente ao miolo do topo do tronco).

Seus frutos são muito importantes para alimentação de aves como tucanos, jacutingas, papagaios, periquitos, morcegos, queixadas e diferentes roedores, pertencentes à Mata Atlântica. Suas flores produzem néctar para muitas abelhas nativas e sua estrutura é muito frequentada para confecção de ninhos.

A RPPN faz divisas com  o Parque Estadual da Serra do Mar e com o Parque Estadual Restinga de Bertioga.

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