BAIXADA SANTISTA

Policiais militares viram réus por homicídios no litoral de São Paulo

Casos ocorreram em Santos e São Vicente, durante a Operação Verão 2023/2024; medida foi anunciada pelo Ministério Público na terça-feira (4)

Redação
Publicado em 05/02/2025, às 12h02 - Atualizado às 12h43

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Investigação diz que houve alteração da cena do crime e obstrução de câmeras - Rovena Rosa/Agência Brasil/CP
Investigação diz que houve alteração da cena do crime e obstrução de câmeras - Rovena Rosa/Agência Brasil/CP

Três policiais militares se tornaram réus por dois homícidios cometidos em Santos e São Vicente, no litoral de São Paulo, durante a Operação Verão 2023/2024. A decisão, aceita pelo Tribunal de Justiça do estado, foi anunciada pelo Ministério Público paulista na terça-feira (4). Segundo a investigação, houve alteração da cena do crime com o intuito de simular que as vítimas estavam armadas, além da obstrução de câmeras operacionais para impedir a gravação da ocorrência.

Relembre os casos

O primeiro caso é de um major que responde pela morte de um homem, que estava na garupa de uma motocicleta, no dia 16 de fevereiro do ano passado, em Santos. O MP diz que o policial ocultou informações da ocorrência, disparou sem aviso e sem chance de defesa para a vítima, que estava desarmada. Já o policial alegou que perseguia o acusado em uma viatura, pois a dupla iria roubar outro motociclista, e que a vítima deu sinais de que estava armada.

Segundo a versão da PM, o disparo foi acidental e o atingido pelo tiro teria arremessado algo em um rio. Mas, a acusação defendeu que os ferimentos da vítima não parecem ter ocorrido com os veículos em movimento e, ainda, que não haveria condições de o atingido arremessar algo após os ferimentos.

Outro ponto apresentado é que as testemunhas condutoras das duas motocicletas, incluindo um policial civil, afirmaram que a vítima não estava armada; o laudo médico-legal, ainda segundo a peça da acusação, concluiu que a vítima estava impossibilitada de lançar um objeto no rio e de posicionar-se sentada no chão.

Já no segundo caso, um capitão e um cabo viraram réus por homicídio duplamente qualificado em São Vicente, no dia 7 de fevereiro de 2024. Na ocasião, ambos foram para uma residência que seria da companheira do assassino de um policial. Lá, mataram um homem com passagem anterior no sistema prisional e uma testemunha do crime. O homem com passagem tinha a visão seriamente comprometida, com alcance de visão de até 30 centímetros.

Em menos de nove minutos, os policiais fizeram cinco disparos. Segundo o MP, os dois policiais alegaram que os disparos vieram de um confronto. A promotoria disse que as armas não eram dos acusados e que os ferimentos indicam uma execução. Os policiais estavam com as câmeras corporais descarregadas.

*Com informações do MP/SP e Agência Brasil

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