REI DO CRIME

Operação da PF contra esquema do PCC cumpre mandado em Guarujá

Braço financeiro que funciona em benefício da facção envolve mais de 70 empresas e movimentou mais de R$ 30 bilhões

Da redação
Publicado em 30/09/2020, às 07h00 - Atualizado às 08h08

FacebookTwitterWhatsApp
Divulgação/Polícia Federal
Divulgação/Polícia Federal

A Polícia Federal deflagrou a Operação Rei do Crime, na manhã desta quarta-feira, 30, para desarticular um braço financeiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre os mandados expedidos, estão empresas e apartamentos de luxo em várias cidades, inclusive Guarujá. As informações indicam que o esquema opera há mais de dez anos.

Participe dos nossos grupos 👉 http://bit.ly/COSTANOTÍC2 📲 Informe-se, denuncie! ℹ

Na ação, destaca-se a interdição de mais de 70 empresas e o bloqueio de contas bancárias em valor superior a R$ 730 milhões. Mais de 200 policiais federais cumprem 13 mandados de prisão preventiva, 43 mandados de busca e apreensão, sequestro de 32 automóveis, nove motocicletas, dois helicópteros, um iate, três motos aquáticas, 58 caminhões e 42 reboque e semirreboque, com valor aproximado que ultrapassa os de R$ 32 milhões em bens sequestrados da facção criminosa.

(Divulgação/Polícia Federal)

Além disso, foi determinado o bloqueio de valores de mais de R$ 730 milhões que se encontram em contas bancárias dos investigados e de pessoas jurídicas ligadas direta ou indiretamente com os fatos investigados.

(Divulgação/Polícia Federal)

Houve também o bloqueio, junto aos cartórios de imóveis do estado de São Paulo e Balneário Camboriú/SC, de bens imóveis de pessoas físicas e jurídicas, impossibilitando a alienação de tais bens. Esse bloqueio pode aumentar significativamente os valores totais referentes aos bens sequestrados.

Mandados

Os mandados, expedidos pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, estão sendo cumpridos em apartamentos de luxo e empresas nas cidades de São Paulo/SP, Bauru/SP, Igaratá/SP, Mongaguá/SP, Guarujá/SP, Tremembé/SP, Londrina/PR, Curitiba/PR e Balneário Camboriú/SC.

(Divulgação/Polícia Federal)

Entre os alvos estão empresários do setor de combustíveis e uma pessoa que foi condenada pelo envolvimento no furto ao Banco Central do Brasil, ocorrido em Fortaleza/CE, no ano de 2005. Todos eles, ao todo vinte indiciados, responderão pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Durante a investigação, a Polícia Federal rastreou movimentações financeiras e identificou a existência de uma rede de combustíveis, inclusive uma distribuidora, que atuava em benefício da facção criminosa, lavando ativos de origem ilícita, através de empresas com atuação sólida no mercado e de empresas de fachada ou compostas por interpostas pessoas (laranjas).

Mais de R$ 30 bilhões

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) forneceu relatórios de inteligência financeira à Polícia Federal apontando movimentações atípicas do grupo investigado, cujo valor ultrapassa a cifra de R$ 30 bilhões.

(Divulgação/Polícia Federal)

O foco das investigações na estrutura financeira e consequente no esquema de lavagem de dinheiro da facção resulta das diretrizes da Polícia Federal no enfrentamento à criminalidade organizada dedicada ao tráfico de drogas, buscando causar profundos impactos em seus mecanismos internos, prejudicando sua capacidade de articulação e a continuidade das atividades criminosas.

De maneira inédita, a Polícia Federal solicitou em juízo a interdição da atividade econômica financeira de 73 pessoas jurídicas (postos de combustíveis, lojas de conveniência e escritórios de assessoria e contabilidade) utilizadas pela facção criminosa para movimentação de valores ilícitos, as quais passarão a ser administradas pela SENAD (Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas-MJSP).

(Divulgação/Polícia Federal)

Segundo a Polícia Federal, dessa forma, além de promover a desarticulação da estrutura financeira da organização criminosa, as medidas resguardam direitos de funcionários e terceiros de boa-fé, permitindo que tais empresas sigam funcionando até sua alienação judicial, cujos valores integrarão o Fundo Nacional Antidrogas (FUNAD) e fomentarão políticas públicas sobre drogas e investimentos em segurança pública.

A operação foi batizada de Rei do Crime em alusão a empresários que fomentam e financiam organizações criminosas sem praticar as ações violentas por elas perpetradas.

Comentários

Receba o melhor do nosso conteúdo em seu e-mail

Cadastre-se, é grátis!