Jovem é preso por feminicídio

Costa Norte
Publicado em 11/03/2016, às 15h27 - Atualizado em 23/08/2020, às 15h04

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*Foto: Divulgação

Por Marina Aguiar

Uma tentativa de homicídio resultou na prisão de Pedro Henrique Ferreira Luiz na tarde de terça-feira, 8. O jovem de 22 anos disparou cinco tiros e aplicou diversas coronhadas em sua ex-namorada Amanda da Silva Ramos, de 18 anos. A vítima levou 50 pontos em ferimentos na cabeça, mas passa bem e já teve alta do Hospital de Bertioga.

Amanda recebeu nossa equipe e explicou como ocorreu a agressão. Ela é universitária e voltava da faculdade, em Santos, por volta de meia-noite, para sua casa no bairro Jardim Rafael, quando foi abordada por Pedro Henrique. "Quando eu estava passando pela rua Lauro Ferreira, um carro acelerou perto de mim, eu corri e vi uma pessoa vindo a pé na minha direção, era o Pedro". O acusado efetuou os disparos contra a jovem, mas, por sorte, as balas passaram de raspão. A vítima, então, entrou em luta corporal com o rapaz e levou diversas coronhadas na cabeça. Amanda também teve o punho fraturado.

Com a chegada de vizinhos, Pedro Henrique fugiu. A polícia foi acionada e passou a procurar o suspeito em Boraceia, onde reside. Porém, segundo consta no boletim de ocorrência, encontraram apenas Washington Luiz Rocha de Jesus, 21, amigo de Pedro Henrique, no veículo Mitsubishi Lancer. Na condição de testemunha, Washington negou as acusações contra o amigo e afirmou que estava com ele, no horário da agressão, em um prostíbulo em Boraceia, e que não saíram do bairro.

Na casa do indiciado, Pedro Henrique confirmou a versão do amigo à polícia e nenhuma arma foi encontrada. Ainda assim foi dada voz de prisão aos dois e levados à Delegacia de Polícia de Bertioga. A polícia apurou imagens da rodovia Rio-Santos, do Projeto Radar, nas quais ficou registrada a passagem de dois veículos – sendo um deles, o da testemunha, no sentido Jardim Rafael a Boraceia.

Após essa evidência, Washington mudou a sua versão. Desta vez, ele disse que saiu com o suspeito e que foram a um baile no Jardim Rafael, cada um com seu veículo. Afirmou ainda, que, em dado momento, Pedro Henrique pediu que o esperasse e foi à casa da vítima. Ele garantiu que não viu nada, mas que ouviu estampidos e pouco depois o amigo disse para irem embora. Seguiram, segundo seu depoimento, em carros separados.

Amanda afirma ter visto o carro de Washington antes da agressão. Uma vizinha de Amanda relatou que, naquela mesma noite, viu um carro retornar ao local e o motorista recolher as balas caídas no chão.

Amanda e Pedro namoraram durante quase três anos e estavam separados há oito meses. Segundo ela, nos últimos meses ele a vinha perseguindo e armando emboscadas para encontrá-la. "Ele começou a ficar agressivo no fim do namoro. Desde então, ele me segue e já até brigou com uma pessoa com quem eu conversava”. Ela afirmou que, nesta ocasião, foi agredida e precisou, inclusive, dar pontos no supercílio.

A estudante afirma que decidiu tornar o problema público porque chegou ao limite. "Eu escondi durante muito tempo para proteger minha família e por vergonha também. As pessoas julgam bastante, mas não sabem o que está acontecendo realmente". O lamentável ocorrido deu-lhe uma nova visão: "Muitas pessoas passam por isso e não sabem que têm muitos meios para se combater a violência contra a mulher". Pedro Henrique foi indiciado por feminicídio (Lei 13.104/15) e encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Vicente.

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