Vídeos registram balões em áreas urbanas de duas cidades do litoral norte; em São Paulo, segundo a FAB, avião arremeteu voo devido a balão
Um balão de grande porte despencou no bairro de Maresias, em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, e assustou moradores na manhã de quinta-feira (19). No mesmo dia, outro foi avistado próximo ao aeroporto de Congonhas e obrigou uma aeronave a desviar a rota.
No incidente do litoral norte, o artefato caiu dentro da piscina de uma pousada e, de acordo com o proprietário do local, o balão já estava apagado no momento da queda. Os responsáveis por soltar o balão não foram identificados.
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A prefeitura de São Sebastião confirmou que Defesa Civil e Corpo de Bombeiros estiveram no local e informou que não houve vítimas, nenhuma casa foi atingida e não houve registros de danos materiais. Nas redes sociais, a administração municipal publicou imagens do balão e advertiu que soltar balão é crime ambiental e coloca em risco vidas, moradias e áreas de mata.
Além de São Sebastião, outro balão foi avistado por moradores de Caraguatatuba, também no litoral norte paulista, pouco depois de o balão cair em Maresias. A Defesa Civil afirmou que, por volta das 11h, foi avistado o balão na rua Waldomiro Passos, no bairro Praia das Palmeiras, mas não foi possível precisar o local da queda.
Moradores relataram possíveis alterações no tráfego aéreo na manhã de quinta-feira e observaram aeronaves sobrevoando a baía de Caraguatatuba fora da rota habitual. "Inclusive, os aviões estão passando aqui pela baía de Caraguatatuba. Dá pra gente ver os aviões. Geralmente, essa não é a rota. Acredito que eles mudaram a rota porque deve estar ocorrendo incidentes com muitos balões na região da Grande São Paulo, ali dos aeroportos", disse um dos moradores à reportagem.
Em nota enviada ao portal Costa Norte, a Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou que uma aeronave precisou arremeter no Aeroporto de Congonhas, após o avistamento de um balão, em procedimento considerado seguro e controlado. A FAB disse que não houve outras ocorrências no espaço aéreo de São Paulo.
Ainda de acordo com a FAB, a soltura de balões é considerada crime ambiental no Brasil desde 1998, conforme a Lei nº 9.605, que proíbe fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios. O principal perigo está no fato de o balão, ao cair, poder iniciar incêndios em matas, casas ou zonas urbanas, e causar falhas no fornecimento de energia.
Além destes riscos, balões representam ameaça à aviação: podem atingir aeronaves, entrar nas turbinas ou cair em pistas. Um levantamento do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) aponta que Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba são as capitais com o maior número de ocorrências de balões.
De janeiro a maio de 2024, foram identificados 186 no país, antes da temporada das festas juninas. O Aeroporto Santos Dumont, também no Rio de Janeiro, teve 23 registros, seguido pelo Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas-SP, com 21; e o Aeroporto de Bacacheri, em Curitiba (PR), com 14.
Para conter essa prática, órgãos públicos e empresas como a Petrobras adotam campanhas de conscientização e mantêm canais para denúncia, que inclui o Disque Denúncia, por meio do 181 em SP.