OLHA O GOLPE

Homem é extorquido no 'golpe do novinho' e perde R$ 6 mil no litoral de SP

Vítima de 47 anos recebeu foto de adolescente seminua e precisou fazer diversas transferências via Pix por ameaça do suposto pai e delegado

Redação
Publicado em 21/01/2025, às 17h04

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Após perceber que havia caído em golpe, ele denunciou o crime na delegacia - Imagem ilustrativa - Reprodução/Internet
Após perceber que havia caído em golpe, ele denunciou o crime na delegacia - Imagem ilustrativa - Reprodução/Internet

Um morador de Praia Grande, no litoral de São Paulo, perdeu cerca de R$ 6,2 mil ao ser extorquido por uma quadrilha especializada no "golpe do novinho". Nesta modalidade crime, a vítima recebe fotos íntimas, supostamente enviadas por menores de idade, e os golpistas, posteriormente, exigem dinheiro para evitar denúncias falsas às autoridades.

Segundo consta no boletim de ocorrência registrado no sábado (18), a vítima, de 47 anos, recebeu uma mensagem de um número de Santa Catarina no início da semana. A pessoa, que se identificou como um garoto de 15 anos, alegou estar carente e, pouco depois, enviou uma foto seminu. O homem contou à polícia que deletou a imagem imediatamente, mas, no dia seguinte, foi contatado por alguém que dizia ser o pai do garoto e pediu dinheiro para evitar supostas consequências.

Em seguida,  outra pessoa entrou em contato com a vítima, se identificou como delegado e alegou estar investigando o caso. O suposto delegado exigiu R$ 5 mil para arquivar o inquérito. Para se livrar do “problema”, o morador de Praia Grande transferiu R$ 4,5 mil via Pix, mas as exigências e ameaças do suposto delegado continuaram. A vítima contou ainda que, por temer pela vida, mandou outras transferências bancárias que totalizaram um prejuízo de R$ 6,2 mil.

Após perceber que havia caído em golpe, ele denunciou o crime na delegacia. Por meio de nota enviada à reportagem, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o caso foi registrado como estelionato na CPJ de Praia Grande; a vítima foi orientada quanto ao prazo para oferecer representação criminal, necessária de acordo com a lei, por se tratar de crime de ação penal condicionada.

Golpe

O estelionato também conhecido como "golpe da falsa delegacia", semelhante ao sofrido pelo morador de Praia Grande, tem se tornado cada vez mais comum. De acordo com o advogado criminalista Renan Farah, o método envolve o uso de perfis falsos para atrair vítimas, muitas vezes homens, que enviam ou recebem fotos íntimas sem saber que estão sendo manipulados. "A vítima é então ameaçada por alguém se passando por pai ou delegado, pedindo dinheiro para não expor a situação", explica Farah.

Os criminosos utilizam documentos falsificados e até vídeos simulando queixas para dar veracidade à fraude. Farah alerta que, em muitos casos, os golpistas são homens que já estão presos, administrando os perfis falsos de dentro das cadeias. A vergonha de denunciar é um dos maiores obstáculos enfrentados pelas vítimas, que temem a falsa acusação de pedofilia.

O criminalista recomenda que as vítimas bloqueiem os criminosos, não cedam às chantagens e procurem ajuda jurídica imediata. "É crucial reportar o crime à polícia e buscar apoio de um advogado para instaurar  inquérito que possa identificar e responsabilizar os golpistas".

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