Alta procura por imóveis na temporada de verão atrai golpistas; especialistas orientam como se proteger e evitar prejuízo ao alugar imóveis na praia
Lenildo Silva
Publicado em 21/11/2024, às 14h58 - Atualizado às 15h05
Com a chegada da alta temporada de verão, cresce a busca por imóveis para locação no litoral de São Paulo. No entanto, essa procura intensa também atrai golpistas, que aproveitam para aplicar fraudes no aluguel de temporada. Recentemente, dois casos registrados em Guarujá, na Baixada Santista, alertam sobre os perigos de negociar pela internet sem as devidas precauções.
Uma das vítimas, uma auxiliar de contabilidade de 30 anos, procurou a polícia para denunciar que perdeu R$ 1 mil ao tentar alugar um apartamento anunciado no Facebook. Após negociar via WhatsApp e fazer duas transferências de R$ 500, a vítima chegou na cidade na sexta-feira (15), para aproveitar o feriado prolongado, e descobriu que o imóvel já estava ocupado por outros locatários. No condomínio, localizado na rua Mário Ribeiro, no Centro, ela foi informada que outras nove famílias também foram enganadas pelo mesmo golpe.
Outro caso de estelionato envolveu um grupo de amigos que pagou R$ 4 mil por um apartamento inexistente. A descoberta do golpe só ocorreu quando os turistas chegaram no imóvel. A frustração e indignação do grupo foi compartilhada em um vídeo nas redes sociais e já passa de 760 mil visualizações e centenas de comentários de pessoas que compartilham da mesma experiência negativa, no litoral de São Paulo.
O advogado Jaques Bushatsky, especialista em locação e diretor do Secovi-SP, explicou que a melhor forma de evitar esse tipo de problema é adotar medidas preventivas. Entre as recomendações, estão procurar imobiliárias reconhecidas, verificar a reputação do anunciante e nunca dispensar um contrato formal de locação.
A corretora de imóveis Lena Duarte, que atua no ramo imobiliário na Baixada Santista e litoral norte há 17 anos, enfatiza que o maior prejuízo costuma ser emocional. Muitas famílias, segundo ela, chegam desorientadas e abaladas por terem suas férias frustradas devido a anúncios fraudulentos. Lena explicou que o corretor de imóveis oferece segurança tanto para o locador quanto para o locatário, protegendo ambos contra os golpes.
Lena apontou que as redes sociais são uma porta de entrada para fraudes, já que muitas vezes o internauta negocia com uma máquina e não consegue confirmar a legitimidade do interlocutor. A corretora recomenda que não se deve fazer depósitos integrais antes de confirmar a veracidade das informações.
Entre as dicas práticas, destacam-se consultar os dados do proprietário no site da Receita Federal, solicitar contas de consumo do imóvel, combinar com um amigo para verificar se o mesmo imóvel está sendo alugado na mesma data e desconfiar de contas bancárias do tipo poupança. A corretora reforça que essas precauções ajudam a garantir uma experiência segura e evitar prejuízos financeiros e emocionais.
Antes de fechar negócio, o diretor do Secovi-SP diz que é essencial investigar a idoneidade do locador. O advogado orienta buscar recomendações de amigos ou conferir as avaliações on-line. Além disso, os grandes aplicativos e imobiliárias consolidadas no mercado são boas opções.
Quando há problemas, o maior prejuízo não é o financeiro, mas as férias frustradas. O ideal é sempre pesquisar quem está oferecendo o imóvel e usar plataformas confiáveis que assumem responsabilidade pelas locações”.
Bushatsky ressaltou, ainda, a importância de formalizar a locação com um contrato escrito, mesmo para períodos curtos. “O contrato detalha as condições da locação, o que ajuda a evitar problemas futuros. Ele deve especificar o número de acomodações, equipamentos disponíveis e as áreas comuns que podem ser utilizadas”.
Lenildo Silva
Estudante de jornalismo na Faculdade Estácio