Policiais militares teriam recebido R$ 10 mil para não apreenderem máquinas caça-níqueis; agentes foram enviados para o presídio Romão Gomes
Cinco policiais militares foram presos, na sexta-feira (7), suspeitos de receberem propina para facilitar o transporte de máquinas caça-níqueis no Guarujá, litoral de SP. O grupo é composto por um terceiro sargento, três cabos e um soldado. Segundo informações do boletim de ocorrência, uma equipe da PM fazia patrulha pelo bairro Vila Áurea quando avistou uma viatura parada atrás de um caminhão, e um veículo T-Cross branco alguns metros antes.
Em revista ao T-Cross branco, nada foi encontrado. Porém, na sequência, a viatura da PM saiu rapidamente do local e o caminhão foi para o lado contrário, o que causou estranheza dos outros policiais, que decidiram seguir o caminhão para uma abordagem.
Durante a abordagem ao caminhão, havia o motorista e um passageiro. Em conversa com os policiais, o motorista disse que havia diversas máquinas caça-níqueis no interior do veículo, e que tinha feito um acordo com os policiais militares para que eles não impedissem o transporte.
Segundo o boletim de ocorrência, um tenente, que participou da abordagem, pediu para o motorista do caminhão ligar para seu chefe, que disse que o responsável pelos pagamentos teria o apelido de "Boca" e estava em uma adega no bairro Santo Antônio; ele teria pago a quantia de R$ 10 mil para os policiais que envolvidos no esquema.
O tenentem, então, determinou que o motorista e o passageiro do caminhão fossem encaminhados para o DP Sede. Também foram apreendidas 250 máquinas caça-níqueis. Os cinco policiais militares acusados foram presos em flagrante e enviados para o presídio militar Romão Gomes, em São Paulo.
Em declaração enviada ao Costa Norte, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que a Polícia Militar "não compactua com desvios de conduta e pune exemplarmente aqueles que infrigem a lei e desobedecem aos protocolos da Instituição". A corporação informou também que a Corregedoria foi acionada e instaurou inquérito policial militar para apurar os fatos e tomar as medidas cabíveis.