AÇÃO

Presídios de São Vicente participam de projeto em combate à tuberculose

“Prisões Livres de Tuberculose” acontece na Penitenciária II de São Vicente, no CDP da cidade e em outras regiões do estado

Da redação
Publicado em 10/11/2020, às 08h05 - Atualizado às 08h06

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Reprodução/Governo de São Paulo
Reprodução/Governo de São Paulo

Atenta aos fatores regionais que podem contribuir para a proliferação da tuberculose, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) implantou o projeto “Prisões Livres de Tuberculose” na Penitenciária II de São Vicente e no Centro de Detenção Provisória “Luis César Lacerda”, o CDP de São Vicente. Outros presídios da SAP também participam da ação.

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A cidade da Baixada Santista foi escolhida, por exemplo, porque as condições climáticas e a grande movimentação internacional de pessoas, que chegam pelos portos marítimos, compõem o cenário propício para a doença.

A iniciativa é desenvolvida pelo Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) do Ministério da Justiça e da Segurança Pública e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com a colaboração técnica da Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (CGPNCT) do Ministério da Saúde. O objetivo é levar informações a respeito da doença para toda a população carcerária e oferecer auxílio às equipes de saúde dos presídios.

Nas duas unidades prisionais contempladas pela iniciativa em São Vicente, foram promovidas palestras e a exibição de filmes para os reeducandos e para os servidores da SAP em outubro. O corpo funcional e os presos receberam material ilustrado com orientações sobre a prevenção e o tratamento da tuberculose – o assunto é abordado de forma diferente para cada público.

“Os funcionários são treinados para reconhecer os sintomas e encaminhar os detentos para enfermaria da unidade prisional”, explica Marineusa da Silva, diretora do Centro de Atendimento e Reintegração à Saúde (CRAS) da Penitenciária II de São Vicente. Com os reeducandos, o enfoque é ampliar conhecimentos sobre a tuberculose e desmitificar a doença com ações educacionais. “Explicamos que é uma doença que tem cura e que basta seguir todas as orientações para o tratamento”, afirma a diretora.

O trabalho é realizado com os internos a partir do momento em que chegam nas unidades prisionais. “Contamos com a colaboração dos agentes no setor de inclusão para a distribuição do material do projeto aos presos”, conta Elaine Cristina da Silva Marcelino, diretora do Núcleo de Saúde do CDP de São Vicente. “Em seguida, entregamos os itens em todos os raios de convívio dos detentos e repassamos as instruções para presos que terão o papel de multiplicadores das informações”, completa Elaine.

“Os detentos relatam que desconheciam muitas coisas acerca dos sintomas e observam a importância dessa abordagem para a própria saúde”, afirma a diretora. O projeto está em vigor nas unidades prisionais desde 2018 e atende ao fluxo da população carcerária nos dois presídios.

Tuberculose

A tuberculose é uma doença causada por uma bactéria chamada “bacilo de Koch” e pode ser transmitida pelo ar de pessoa para pessoa, principalmente por meio da tosse de um indivíduo doente. O micróbio consegue se reproduzir de forma rápida e pode atingir diferentes órgãos do corpo, como os pulmões, os rins ou a pele.

A diretora de Saúde da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região do Vale do Paraíba e Litoral (Corevali), Vilma Maria da Cunha Leite, explica que pessoas privadas de liberdade tem maior risco de adoecer por tuberculose comparadas com a população geral. “A contaminação acontece mesmo antes da prisão, já que muitos estiveram expostos a altos fatores de risco, como a desnutrição, o uso de drogas, a higiene escassa e condições de vida inadequadas”, afirma a diretora.

O processo de recuperação dura seis meses e, no caso dos reeducandos, há o acompanhamento das equipes de saúde nos presídios. “Os detentos entendem a importância do tratamento e têm a certeza de que serão curados”, afirma Marineusa da Silva, diretora do CRAS da Penitenciária II de São Vicente. “Essa ação é importante porque os internos ficam mais tranquilos sabendo que por trás de todo atendimento há uma equipe que se preocupa com eles”, completa.

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