MSD, multinacional farmacêutica, afirma que sua pílula contra a covid diminui em 50% risco de internação e morte e entrou com pedido de autorização emergencial de uso nos EUA
A farmacêutica norte-americana MSD (Merck no Brasil) anunciou nesta sexta-feira (1º) os resultados de ensaios clínicos do medicamento molnupiravir, uma pílula contra a covid-19. De acordo com o laboratório, os testes com o medicamento oral experimental reduziram em 50% os níveis de internação ou morte de pacientes do grupo de risco da doença.
Agora, a MSD, em parceria com o laboratório Ridgeback Biotherapeutics, busca a autorização de uso emergencial da pílula junto ao FDA - a Anvisa dos Estados Unidos – e agências regulatórias de todo o mundo.
Em razão dos resultados positivos da pílula, monitores externos recomendaram que o laboratório interrompesse logo os ensaios de fase 3 e partissem para a busca da autorização emergencial de uso do medicamento.
Em tom de otimismo, Robert Davis, diretor executivo da MSD declarou à Reuters que a pílula vai mudar o diálogo sobre como lidar com a covid-19.
Caso seja autorizado, o molnupiravir, será o primeiro medicamento antiviral ministrado oralmente contra a covid-19. Atualmente, os únicos antivirais aprovados contra a doença são ministrados via intravenosa - tratamento mais caro e de difícil disseminação em massa.
Na análise preliminar do estudo clínico do molnupiravir, a MSD afirma que, entre um total 755 pacientes, a hospitalização foi de 7,3% entre os que tomaram a pílula do antiviral, contra quase o dobro (14,1%) entre os que tomaram uma pílula de placebo.
No grupo que tomou placebo, houve oito óbitos, enquanto que, entre o grupo que tomou a molnupiravir, não houve nenhuma morte.
Wendy Holman, CEO do laboratório Ridgeback Biotherapeutics, afirmou que uma pílula antiviral pode salvar vidas e aliviar os sistemas de saúde ao redor do mundo.
“Tratamentos antivirais que podem ser tomados em casa para manter as pessoas com covid-19 fora do hospital são extremamente necessários”, afirmou.
A MSD afirmou que concluiu pelo estudo que o medicamento é eficaz contra todas as variantes da covid-19, incluindo a Delta, a mais transmissível.
O laboratório espera produzir 10 milhões de cursos (quantidade de pílulas para tratamento contínuo) até o final deste ano. Deste total, 1,7 milhão já foram negociados com o governo dos Estados Unidos, a um custo de 700 dólares cada.
Os 8,3 milhões de cursos restantes foram negociados com outros governos mundiais. A empresa afirmou que espera fornecer ainda mais medicamentos para outros países, inclusive a preços diferenciados para países pobres.
Outras gigantes farmacêuticas, como a norte-americana Pfizer e a suíça Roche, também correm em busca de um antiviral oral contra a covid-19.
Com informações de Agência Reuters
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