DOR

Enxaqueca tem cura? Neurologista fala sobre doença que atinge 15% da população mundial

Problema predomina no sexo feminino e afeta cerca de três mulheres para cada homem; veja os sintomas e como tratar

Da redação
Publicado em 29/05/2023, às 11h06 - Atualizado às 11h35

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Neurologista orienta como identificar possíveis sintomas, além dos tratamentos disponíveis e como conviver com a doença sem prejudicar a qualidade de vida  Mãos nos olhos e cabeça - Reprodução
Neurologista orienta como identificar possíveis sintomas, além dos tratamentos disponíveis e como conviver com a doença sem prejudicar a qualidade de vida Mãos nos olhos e cabeça - Reprodução

A enxaqueca também conhecida como migrânea é um dos tipos mais comuns de cefaléia. Ela é a sexta doença incapacitante de maior incidência no mundo e de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) atinge cerca de 15% da população mundial. No Brasil, 31 milhões de pessoas sofrem com esta condição, sendo a maioria entre os 25 e 45 anos. Segundo a Dra. Mirella Fazzito, médica neurologista da Clínica Araújo & Fazzito, o problema predomina no sexo feminino e afeta cerca de três mulheres para cada homem. É uma doença crônica, ainda sem cura.

“No episódio de enxaqueca o paciente pode ter alguns sintomas gerais antes de iniciar o quadro de dor como irritação, alteração de humor, insônia e sonolência entre outros. Posteriormente, a dor se inicia, podendo ser de forma leve e ir se intensificando ao longo das horas ", comenta a especialista.

Ainda de acordo com a Dra. Mirella, existem diversos tipos de enxaqueca: com aura, sem aura, enxaqueca menstrual e enxaqueca vestibular, além de outras. “Todas são muito incômodas, caracterizadas, geralmente, por dores latejantes, de predomínio unilateral (hemicranianas). O sintoma pode durar até 72 horas, mas é possível minimizar seus efeitos e viver com mais qualidade”, explica.

Sintomas

As dores têm intensidade variável, mas costumam aparecer de maneira bastante intensa. Elas se caracterizam por serem latejantes e pulsantes, e costumam atrapalhar o dia do paciente.

“A dor é a principal e mais comum manifestação no quadro enxaquecoso e, geralmente, é acompanhada de outros sintomas como náuseas e vômitos, intolerância a som (fonofobia), luzes (fotofobia) e até mesmo cheiros fortes”, comenta a neurologista.

Em cerca de 20% dos casos, as pessoas podem apresentar alterações na visão como embaçamento, manchas escuras (escotomas) ou pontos luminosos em zigue-zague, perda visual temporal (na lateral do olho), bem como formigamentos no corpo e, mais raramente, perda de força. Essas alterações visuais e sensitivas são chamadas de aura e na maioria dos casos precede o início da dor. “Depois da dor, pode ocorrer a ‘ressaca’ quando o corpo está se recuperando da crise. Esta etapa é caracterizada por intolerância a determinados alimentos, dificuldade de concentração, fadiga, mal estar e algumas dores pelo corpo”, pontua.

Como tratar?

 No caso da enxaqueca, o principal tratamento é a prevenção. Hábitos saudáveis são importantes para a saúde de uma forma geral e também ajudam nesta situação. “Atividades físicas, alimentação de qualidade e sono reparador já são armas importantes, mas o uso de medicamentos também pode ser necessário”, explica a Dra. Mirella.
É claro que todo medicamento deve ser indicado por um médico. Por isso, é importante procurar um especialista que analisará cada caso e prescreverá o tratamento adequado.

Enxaqueca e qualidade de vida

Dependendo da crise de enxaqueca e da frequência em que ela ocorre, a qualidade de vida do paciente é bastante afetada, já que a dor é intensa e geralemente impossibilita a pessoa de realizar suas atividades.  “É por isso que a prevenção é tão importante e, dentro desse acompanhamento, identificar os possíveis gatilhos para o início da crise", finaliza a médica.

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