CULPA DOS HORMÔNIOS

Desequilíbrio hormonal pode afetar o dia a dia das pessoas; entenda por quê

Endocrinologista explica como as mudanças hormonais interferem nas emoções, no humor e na rotina, enfim, no comportamento emocional e físico

Redação
Publicado em 19/04/2024, às 16h06

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Sintomas como cansaço, desânimo, queda de cabelo, unhas quebradiças, dificuldade para emagrecer, falta de foco, entre outros, podem aparecer por causa da alteração do hormônio da tireoide - Felipe Magalhães/Costa Norte
Sintomas como cansaço, desânimo, queda de cabelo, unhas quebradiças, dificuldade para emagrecer, falta de foco, entre outros, podem aparecer por causa da alteração do hormônio da tireoide - Felipe Magalhães/Costa Norte

Quem nunca ouviu a “justificativa” de que o mau humor é culpa dos hormônios? Acredite, eles realmente podem ser os responsáveis pelas alterações de comportamento no dia a dia, além de muitas disfunções, como aquelas relacionadas à fome, ansiedade, disposição, alteração do cabelo, das unhas, da libido, entre outras.

Quem explica tais problemas é  a Drª. Elaine Dias JK,  PhD em endocrinologia pela USP: “Eles têm grande interferência na rotina das pessoas, no bem-estar e no mal-estar. Por isso, precisam ser analisados por um médico especialista, podendo haver a necessidade de tratamento medicamentoso para equilibrá-los”.

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A médica exemplifica que, em um dia estressante, pode acontecer o descontrole na produção de leptina, um hormônio anorexígeno, associado à diminuição da fome e, assim,  aumentar a grelina -hormônio orexígeno-, que estimula a vontade de comer.

Além disso, sintomas como cansaço, desânimo, queda de cabelo, unhas quebradiças, dificuldade para emagrecer, falta de foco, entre outros, podem aparecer por causa da alteração do TSH, hormônio da tireoide. “Durante as fases da vida, existem disfunções hormonais que correspondem à evolução corporal, como na adolescência, quando há um pico de estrogênio e progesterona e, consequentemente, uma redistribuição de gordura subcutânea, com aumento de glúteos, coxas, braços, provocando os primeiros sinais de celulite e retenção de líquido. Ainda nessa fase, acontece o aumento da testosterona, que traz o excesso de oleosidade na pele e no cabelo, provocando acne, queda capilar e alterações de humor”, detalha a endocrinologista.

A especialista ressalta que, à medida envelhecemos, temos uma diminuição do metabolismo. Isso começa, geralmente, aos 30 anos de idade e reduz a cada ano. Essa alteração do metabolismo se acentua após os 40 anos, fase em que começamos a perder 1% de músculo ao ano, se não nos cuidarmos.

“No climatério, o pico dos hormônios LH e FSH resulta na perda de massa muscular, diminuindo o metabolismo. Além da redução da progesterona e, principalmente, do estrogênio. Com isso, vem a diminuição da libido, surgem as alterações de humor mais frequentes, como irritabilidade e labilidade emocional, insônia, fogachos - conhecidos como  'calores' -, pele seca, cabelos finos e as mudanças corporais com a flacidez de pele, redistribuição das gorduras de forma centrípeta, gordura abdominal, além das alterações cognitivas, como esquecimento, dificuldade de foco e raciocínio, como se houvesse uma nuvem no cérebro”, alerta a Drª. Elaine.

Por isso, é fundamental a consulta com um endocrinologista e um ginecologista, a cada doze meses, para realização de exames hormonais como da tireoide, ovários e hipófise. Além de TSH, T4 Livre, estrogênio, progesterona, FSH e LH.

O modo de vida também conta muito nesta busca por equilibrio, conforme aponta a médica: “Para garantir um resultado hormonal positivo, também é necessário um estilo de vida saudável, com atividade física regular, alimentação saudável e dormir de 7 a 9 horas por noite. Dessa forma, a possibilidade de se ter alguma alteração hormonal é bem menor em relação a quem não tem uma vida saudável”, conclui.  

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