Prefeito perdeu o irmão e os pais para o câncer e sonhava com a inauguração do centro
Marina Aguiar
Publicado em 19/12/2019, às 13h32 - Atualizado em 23/08/2020, às 21h14
'Sonho realizado' é a expressão utilizada pelo prefeito de Cubatão Ademário Oliveira, ao inaugurar o primeiro Centro de Alta Complexidade da cidade. Filho de uma família com sete irmãos, veio do sertão da Bahia para São Paulo, aos 10 anos, em busca de tratamento médico para o irmão de 14, que faleceu em decorrência do câncer.
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Anos depois, perdeu o pai e a mãe para a mesma doença. "Eu sentia a necessidade, porque, com o tratamento dos meus pais e do meu irmão, nós não tínhamos estrutura. Nós viemos do Nordeste pra cá porque os médicos diziam que, para alongar a vida do meu irmão, aqui seria uma referência. Hoje, Deus me deu a oportunidade de me tornar prefeito, e eu tinha isso em mente. O câncer mata rápido, e meses podem ser tarde demais", declarou Ademário.
O centro foi inaugurado na quarta-feira, 18, e entre os diversos serviços ofertados, destaque para oncologia. Serão 700 sessões de quimioterapia e 1.800, de hemodiálise, mensalmente, além de tratamento em câmera hiperbárica. A conquista obteve investimento de mais de R$ 9 milhões, incluindo a reforma estrutural e a aquisição de equipamentos; resultado dos esforços da prefeitura de Cubatão. A unidade será administrada pela Fundação São Francisco Xavier (FSFX), braço social da Usiminas nas áreas de saúde e educação.
O Centro de Alta Complexidade foi implantado em um prédio construído para abrigar um teatro que nunca funcionou, e estava abandonado há mais de 30 anos, na esquina das avenidas Henry Borden e Nove de Abril, na Vila Santa Rosa.
Segundo o prefeito, a unidade atenderá pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), de planos de saúde e particulares. "Será 40% SUS e 60% privado", informou Ademário. De acordo com a secretária de Saúde Andréa Pinheiro Lima, o atendimento a usuários do SUS será realizado por meio da regulação regional via Cross/Rede Hebe Camargo e regulação municipal, com leitos de clínica médica, cirúrgico e UTI, ambulatório pré-dialítico, sessões mensais de hemodiálise e de diálise peritoneal ambulatorial contínua (CAPD) e quimioterapia.
O diretor-presidente da FSFX, Salomão Maciel Dias Ferreira, informou que, além de equipamentos de ponta, como as 20 máquinas para a realização de hemodiálise, haverá o atendimento de uma equipe formada por médico; enfermeiro; técnico de enfermagem; farmacêutico; psicólogo; nutricionista; fisioterapeuta; e assistente social, que ficará responsável pelo acompanhamento e tratamento dos pacientes.
Além das máquinas de hemodiálise, a prefeitura garantiu a aquisição de outros equipamentos de última geração, como a câmara hiperbárica; 15 bombas de infusão; oito monitores; cinco cardioversores; três carros de emergência; e três aspiradores cirúrgicos.
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