Descubra como a cannabis atua no organismo e quais doenças podem ser tratadas com essa planta milenar
Da redação
Publicado em 17/04/2023, às 15h17 - Atualizado às 15h38
O uso medicinal da cannabis tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil, principalmente em função dos bons resultados apresentados em pesquisas e da eficácia no tratamento de diversas doenças. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Canabinoides (BRCANN) mostram que a comercialização de produtos à base de cannabis em farmácias avançou 304% em 2022, em comparação ao ano anterior.
Além disso, houve um aumento de 99% no número de autorizações para importação de produtos medicinais de cannabis. Esses números indicam um crescente interesse das pessoas pelo tratamento à base de cannabis medicinal, algo que deve continuar crescendo em ritmo acelerado.
Existem diversas doenças que a cannabis pode ajudar a tratar. Alguns estudos sugerem que a cannabis pode ser eficaz no tratamento de condições como:
Dor crônica: a cannabis pode ajudar a reduzir a dor crônica em condições como artrite, fibromialgia e dores de cabeça crônicas;
Epilepsia: estudos têm demonstrado que a cannabis pode ser eficaz no tratamento de certos tipos de epilepsia, especialmente em crianças;
Ansiedade e depressão: algumas pesquisas sugerem que a cannabis pode ajudar a aliviar sintomas de ansiedade e depressão;
Náusea e vômito: a cannabis pode ajudar a aliviar náuseas e vômitos em pessoas que estão em tratamento contra o câncer ou em uso de medicamentos que provocam esses sintomas;
Esclerose múltipla: a cannabis pode ajudar a reduzir a espasticidade muscular em pessoas com esclerose múltipla;
Glaucoma: a cannabis pode ajudar a reduzir a pressão intraocular em pessoas com glaucoma.
Sim, a Cannabis sativa L. é o nome científico da maconha. Entretanto, para se referir à aplicação terapêutica dos componentes extraídos da planta, o termo que vem sendo empregado é cannabis medicinal.
O THC é a substância que "dá barato", mas no uso medicinal, o THC não é utilizado com esse objetivo e conta com benefícios significativos, pois tem a capacidade de oferecer relaxamento, aumento de apetite, alívio de dores etc. Já o CBD não tem efeito psicoativo e pode ser usado para tratar uma variedade de condições.
Quando a cannabis é consumida, esses compostos interagem com o sistema endocanabinoide do corpo humano, que é um sistema regulador presente em todos os mamíferos. O sistema endocanabinoide é composto por receptores canabinoides encontrados em todo o corpo, incluindo o cérebro, órgãos e tecidos periféricos.
O THC se liga aos receptores canabinoides no cérebro e em outras partes do corpo, ativando-os e produzindo efeitos no sistema nervoso central e no sistema imunológico. Isso pode levar a uma variedade de efeitos, como relaxamento muscular, redução da ansiedade e da dor, alteração da percepção sensorial e da cognição, aumento do apetite, entre outros.
Outro composto da cannabis é o canabidiol (CBD), que também interage com o sistema endocanabinoide, mas de uma maneira diferente do THC. O CBD não produz os mesmos efeitos psicoativos que o THC, mas tem sido estudado por seus efeitos terapêuticos em uma ampla gama de condições médicas.
Sim, a Anvisa autorizou o uso terapêutico de cannabis medicinal em maio de 2015, por meio da RDC 17/2015. Essa resolução permitiu ao paciente importar o produto mediante autorização expressa da Anvisa e receita médica. Posteriormente, a RDC 327/2019 regulamentou inclusive a venda de produtos à base de cannabis em farmácias brasileiras.
Os óleos são a forma mais comum de administração da cannabis medicinal. A composição do óleo pode variar de acordo com a concentração dos canabinoides. Há também óleos ricos em outros canabinoides e a prescrição vai depender do diagnóstico do paciente. No caso de produtos importados, há diversas outras formas de administração, já que eles são fabricados.
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