VIVER SEM DOR

APM Santos debate dor crônica e tratamentos, em simpósio

Cerca de 30% dos brasileiros sofrem com dores crônicas, segundo levantamento da Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos (Elsi-Brasil)

Paulo Henrique Chaves
Publicado em 16/05/2024, às 16h30

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Dor abdominal está entre as queixas - Divulgação
Dor abdominal está entre as queixas - Divulgação

Conviver diariamente com a dor não é um desafio fácil. A dor crônica pode prejudicar a vida em diversos setores. Afastamentos frequentes do trabalho, perda da vida social e distanciamento dos amigos estão entre os problemas que podem ser desencadeados e, inclusive, levar à depressão.

Pensando nisso, o Departamento de Acupuntura da Associação Paulista de Medicina de Santos (APM Santos), juntamente com o Colégio Médico de Acupuntura do Estado de São Paulo (CMAeSP), realizam, nos dias 17 e 18 de maio, o 2º Simpósio de Dor, Acupuntura e Tratamento Multimodal. O evento apresentará mais de 30 especialistas em dores crônicas, para debater o tema, todos de renome nacional e internacional.

A médica especialista em dor e acupuntura e diretora do evento, Drª Lucília de Brito Tavares, explica que não é apenas o paciente de dor crônica que sofre com a doença, mas todos em seu entorno. “É uma condição que impacta na vida das famílias”. A doutora Lucília alerta que,  quem sofre com a enfermidade e não procura ajuda médica especializada, pode desenvolver uma condição neurológica grave. “Cada vez que deixa de procurar ajuda, o paciente pode desenvolver a sensibilidade central”.

A sensibilidade central é uma condição que faz com que o acometido por dores crônicas passem a sofrer com uma sensibilidade exacerbada, com coisas simples, que não deveriam causar dor, como um abraço, por exemplo.

Além da mais conhecida, a enxaqueca, várias condições de saúde podem gerar dores persistentes, como pacientes oncológicos, portadores de fibromialgia, queimaduras, fraturas, entre outras. De acordo com a literatura médica, dor crônica é aquela que persiste ou resiste por três meses, ou persiste por um mês, após tratamento, além de lesões que não se curam.

Cannabis é alternativa para dores crônicas

Segundo a diretora do simpósio, a cannabis pode ser usada como tratamento para dores crônicas, por possuir menos efeitos negativos e dependência, como os opioides. “Pode ser usada em pacientes oncológicos, com fibromialgia, distúrbios do sono, tratamento da ansiedade, sem efeitos colaterais”, aponta Lucília. A dependência de opioides é, hoje, um dos mais graves problemas em países como os Estados Unidos. “Já a cannabis não causa tanta dependência, por isso, é uma opção para tratamento da dor crônica”, complementa a médica.

O simpósio focará em tratamentos menos invasivos, como a acupuntura. Afinal, vários fatores podem gerar uma dor crônica, desde fatores genéticos, biológicos, psicológicos e sociais. Por isso, uma abordagem multimodal é essencial, com fisioterapeutas e psicólogos, para tentar desvendar o processo da dor.

Lucília de Brito Tavares alerta que o paciente não pode achar normal conviver com a dor.  “Muitas vezes, eu escuto dos pacientes que eles se acostumaram a viver com a dor, mas sentir dor não é normal. Tem tratamento. E o tratamento adequado pode devolver a qualidade de vida para esses pacientes”, conclui.

O 2º Simpósio de Dor, Acupuntura e Tratamento Multimodal realiza-se na APM Santos, na avenida Ana Costa, 388, no Gongaza, somente para profissionais da área.

Paulo Henrique Chaves

Paulo Henrique Chaves

Formado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH)

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