18 milhões de mortos: estudo aponta que covid matou três vezes mais do que o divulgado pela OMS

Nesta sexta (11) fez dois anos que a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou a pandemia de covid-19. Segundo a entidade, entre o início de 2020 e o fim de 2021, por volta de 6 milhões de pessoas teriam morrido devido ao novo coronavírus. Mas esse número pode ter sido três vezes maior.

Um estudo publicado pela conceituada revista científica The Lancet, neste “aniversário” do estado pandêmico, traz dados assustadores. A covid pode ter sido a causa da morte de 18,2 milhões de pessoas.

O estudo foi realizado por 97 cientistas de vinte instituições distintas. Foi feito um levantamento sobre a quantidade de óbitos que excederam o que era esperado para 2020 e 2021.

Os cientistas se basearam em dados de mortalidade dos onze anos pré-pandemia e a estimativa a que eles chegaram aponta que o impacto provocado pela pandemia é bem superior ao divulgado oficialmente.

De acordo com a pesquisa, a Bolívia foi a nação que teve o maior índice de mortes excedentes, com 734 óbitos a mais do que era esperado para o período, para cada 100 mil habitantes.

Já no Brasil o índice foi de 187 a mais a cada 100 mil habitantes. Esses números se somariam aos 655 mil mortos por covid que o país registra oficialmente até esta semana. 

Ainda segundo o estudo, dos 12,3 milhões de óbitos suplementares às mortes por covid contabilizadas oficialmente, uma parte considerável ocorreu provavelmente devido a infecções provocadas pelo Sars-CoV-2, que não teriam sido diagnosticadas eficazmente. 

Há ainda as pessoas que eram portadoras de outras doenças e não conseguiram receber tratamento adequado por conta da pandemia e também as que acabaram desenvolvendo problemas de saúde por causa das medidas que foram adotadas para o controle da disseminação do Sars-CoV-2.