Presidente da Câmara sitiado

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Publicado em 04/03/2016, às 13h23 - Atualizado em 23/08/2020, às 15h03

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*Foto: Internet 

Por Claudio Coletti

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República e abriu uma ação penal contra o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados. Ele se tornou réu e responderá pelos crimes de  corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava- Jato. É acusado pela PGR de ter recebido propina de 5 milhões de dólares em negócio do aluguel de navios-sonda da Petrobras.

Cunha tem contra si, em andamento no STF, dois outros inquéritos propostos pela PGR. Um deles é sobre a existência de depósitos, no valor de 34 milhões de dólares, em bancos na Suíça. Essa montanha de dinheiro seria oriunda de propina de negócios relacionados à venda de poços de petróleo em Benin, na África.

O segundo inquérito é de acusações ligadas à liberação de verbas milionárias do FGTS para o projeto Porto Maravilha, no Rio de janeiro. O consórcio responsável pela obra é formado pela Odebrecht, OAS e Carioca Engenharia. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enfatizou que Cunha comandava uma “propinolândia” na Petrobras, com obtenção de vantagens em negócios da estatal.

Antes da decisão do Supremo, na madrugada de quarta-feira, Cunha sofreu derrota no Conselho de Ética da Câmara. Por 11 votos contra 10, foi aprovada a admissibilidade para a proposta de cassação do seu mandato. Ele é acusado de ter mentido na CPI da Petrobras sobre a existência de contas no exterior.

Assim que terminou a reunião do Supremo, deputados subiram à tribuna da Câmara para pedir o afastamento imediato de Cunha da presidência da casa. “A situação chegou ao limite. Não há outra alternativa”, disse o líder do PSDB, deputado Antônio Imbassahy.

Eduardo Cunha voltou a dizer que não vai se afastar da presidência da Câmara. Reafirmou que, tornar-se réu, não o torna culpado, e que, mesmo com a denúncia aceita não vê motivo para deixar o cargo.

Lula na berlinda

A Polícia Federal levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a depor no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, na sexta-feira, 4, a pedido da força-tarefa da Operação Lava-Jato, a Operação Aletheia. O mandado foi expedido pelo juiz Sergio Moro, de Curitiba, com base no pedido do Ministério Público Federal, que investiga o recebimento de favores pelo ex-presidente, concedidos por grandes empreiteiras envolvidas em esquemas de corrupção na Petrobras, como Queiroz Galvão, UTC, Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Lula e sua empresa Lils, segundo a investigação, teriam recebido R$ 30 milhões entre 2011 e 2014.

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