Mourão quer reativação dos trens entre Baixada e Vale do Ribeira

Costa Norte
Publicado em 12/08/2011, às 16h12 - Atualizado em 23/08/2020, às 13h21

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O deputado federal Alberto Mourão (PSDB-SP) está promovendo gestões junto ao governo no sentido de reativar um trecho da linha férrea que liga Santos a Cajati. Para ele, a reativação do trecho Samaritá (São Vicente) a Juquiá, numa extensão de 135 km, permitiria solucionar um dos mais graves problemas que afetam a Baixada Santista e o Vale do Ribeira: o transporte coletivo de massa.

“Ao longo dessa região moram hoje por volta de 700 mil pessoas, que enfrentam grandes dificuldades de locomoção pelas precárias condições de meios de transportes hoje oferecidos”, destacou o parlamentar.

Beneficiados

Mourão explica que, com a reativação da ferrovia seriam beneficiados moradores de São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruibe, Itariri, Miracatu e Juquiá. A população dessas cidades teria aumentada sua qualidade de vida em função da facilitação do acesso aos bens e serviços públicos. Ele ainda sugere que essa linha seja interligada ao futuro sistema do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), planejado pelo Estado para operar entre Santos e São Vicente.

Turismo

“Vamos ter um meio de transporte de qualidade, seguro, rápido e ambientalmente sustentado”, disse, lembrando também que o transporte ferroviário estimularia o crescimento do turismo ao longo das praias do Litoral Sul. E, com a reativação, poderia ser implantado o tão sonhado trem turístico na região.

Trecho

Mourão observou que a recuperação do trecho ferroviário São Vicente – Juquiá vai ao encontro dos objetivos do Plano de Revitalização das Ferrovias recentemente lançado pelo governo federal. “Notadamente na preferência que será dispensada para o resgate do transporte ferroviário de passageiros existente em décadas passadas”, disse.

Transporte de cargas

Para o parlamentar, a reativação da linha para o transporte de passageiros acabaria por facilitar ainda as negociações empresariais que se arrastam há anos pelo retorno do transporte de cargas na região. Incentivaria também o desenvolvimento desta região tão carente, com a criação de atividades logísticas ligadas ao funcionamento do Porto de Santos.

Saiba mais - Numa tentativa de reativar o transporte ferroviário no Brasil, foi constituída este ano na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), a Frente Parlamentar das Ferrovias, da qual o deputado Mourão é integrante.

A meta principal da Frente é que as ferrovias sejam uma prioridade na política do atual governo.

História - O ramal Santos-Juquiá foi construído pela São Paulo Railway, entre 1913 e 1915. Em 1927, o Governo do Estado comprou a linha e a entregou à Sorocabana, antiga estatal do setor: o trecho entre Santos e Samaritá (São Vicente) foi incorporado à Mairinque-Santos. Em 1971, a linha já pertencia à Ferrovias Paulistas S/A, a Fepasa.

 O transporte de passageiros entre Santos e Juquiá foi suspenso em 1997, depois de 84 anos de funcionamento. A Fepasa prolongou o ramal de Juquiá até Cajati, inaugurando o trecho em 1987, para atender às fábricas de fertilizantes da região. O transporte de cargas, principalmente de enxofre, entre Santos e Cajati, foi feito até meados de 2002.

Decadência - Segundo a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), 90% das ferrovias brasileiras foram construídas entre o fim do século XIX e o início do século XX. Hoje, 2/3 da malha ferroviária são subutilizadas ou não utilizadas.

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