Márcia Rosa e presidente da Usiminas entram em diálogo

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A prefeita Marcia Rosa foi recebida na quarta-feira, 18, pelo presidente da Usiminas Rômel Erwin de Souza. O encontro, de pouco mais de duas horas, aconteceu na usina cubatense, na qual a chefe do Executivo apresentou sua preocupação com o imenso impacto social e econômico na cidade caso o plano da empresa, de interromper a produção de aço na unidade local, concretize-se nos próximos meses. Segundo ela, a direção da siderúrgica demonstrou estar aberta ao diálogo na busca por soluções conjuntas para aumentar a competitividade da indústria nacional de aço, frente à produção chinesa. "Sugeri a ele uma rodada de negociações com o estado, governo federal e sindicatos para buscarmos uma proposta que garanta a sustentabilidade da usina, pela importância que tem para a Baixada e o país, no que ele concordou".

Em nota, a empresa divulgou que, durante a reunião, o presidente reiterou as razões que justificam a desativação temporária das áreas primárias (sinterizações, coquerias, altos-fornos e aciaria) da Usina de Cubatão. No documento afirma que: “Em nível mundial, o excesso de capacidade produtiva de aço já é da ordem de 700 milhões de toneladas e os patamares de preço estão depreciados. No plano doméstico, números preliminares do Instituto Aço Brasil indicam queda no consumo aparente de aços planos de 14% neste ano em relação a 2014 e de 22% em relação a 2013. Diante da gravidade da crise no mercado siderúrgico, a Usiminas necessita adequar sua capacidade produtiva a esta realidade”.

A empresa informou, ainda, que dentro das suas possibilidades, estuda formas de minimizar o impacto social que será gerado pelos desligamentos dos empregados. No entanto, considera que a desativação temporária das áreas primárias se Cubatão é uma medida necessária para a própria sustentabilidade da Usiminas como empresa responsável por outros milhares de empregos, inclusive nas laminações da Usina de Cubatão que, de acordo com o afirmado na nota, “permanecerão operando”.

Situação de três dos principais setores consumidores de aços planos, o tipo de produto fabricado pela Usiminas

- Setor automotivo: queda de 21% na produção de veículos nos dez primeiros meses do ano; pior mês de outubro dos últimos 10 anos; quase 12 mil postos de trabalho fechados (fonte: Anfavea).

- Distribuição: as compras realizadas pelos distribuidores de aço caíram 22% nos nove primeiros meses de 2015 em relação ao mesmo período de 2014, que, por sua vez, já tinha sido 9,7% menores do que em 2013 (fonte: Inda).

- Máquinas e equipamentos: o faturamento das empresas do setor foi 9% menor nos nove primeiros meses de 2015 em relação ao mesmo período de 2014, que, por sua vez, já havia sido 16% menor do que em 2013 (fonte: Abimaq).